MANAUS – O governador Wilson Lima (PSC) encaminhou ao TCE-AM (Tribunal de Contas do Estado) um pedido para que o conselheiro Ari Moutinho Jr. se declare suspeito para relatar as contas do 1º ano do governo de Wilson (2019).
A informação foi confirmada ao ESTADO POLÍTICO pelo presidente do TCE-AM, Mario de Mello. O pedido foi encaminhado pela presidência para Moutinho. Cabe ao próprio conselheiro a decisão de se afastar ou não do processo.
“Já está encaminhado para o conselheiro relator [Moutinho], para que ele se manifeste se se entender como suspeito ou não”, disse o presidente.
O pedido de suspeição de Moutinho, que é ex-presidente da Corte, foi apresentado por Wilson nesta quinta-feira, 18.
A manifestação do Executivo ocorre após o conselheiro ter chamado Wilson de cleptomaníaco (quem tem impulso de roubar) e ladrão, e dirigentes da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) de bandidos.
Mercado do gás
A fala do conselheiro foi na segunda-feira, 15, durante uma audiência pública online em que se discutia a abertura da exploração de gás natural no Amazonas. Durante a audiência e na própria fala do conselheiro não ficou claro qual o interesse de Moutinho na atividade comercial.
A abertura da exploração de gás natural no Estado é defendida por um projeto do deputado estadual Josué Neto (PRTB). A matéria foi vetada por Wilson. O veto ainda não foi apreciado pelos deputados.
No mesmo dia da audiência, Wilson divulgou nota afirmando que buscará na Justiça punição contra as declarações de Moutinho. O governador classificou o ataque de vil e disse que acionará a Justiça.
Em nota enviada ao ESTADO POLÍTICO na quarta-feira, 17, o Tribunal de Contas defendeu que as declarações de “foro íntimo” de Ari Moutinho dirigidas a Wilson Lima não interferem na análise das contas do governo estadual.
Na nota ao ESTADO POLÍTICO, o TCE-AM diz ainda que não há previsão legal de alterações de relatorias com base em provocações por outros Poderes.
“Segundo a legislação interna do TCE-AM, as relatorias são distribuídas via sorteio durante as sessões ordinárias do Tribunal Pleno da Corte de Contas não havendo, portanto, previsão para alterações ou substituições de ofício”, informa o órgão.
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