MANAUS – Antes de ser suspensa por decisão da Justiça estadual, a CPI da Saúde apresentou um pedido ao Judiciário pedindo o bloqueio dos bens da empresa FJAP e Cia.
A empresa, que tem Fábio José Antunes Passos como sócio-administrador, vendeu 28 ventiladores mecânicos para a Susam (Secretaria de Estado de Saúde) por R$ 2,9 milhões.
Em nota ao site, a assessoria do presidente da CPI, Delegado Péricles (PSL), confirmou o pedido à Justiça. Mas disse que o caso tramita em sigilo e por isso não poderia dar detalhes sobre o pedido.
“O deputado estadual Delegado Péricles confirma que, antes de a CPI ter sido suspensa, havia sido feita solicitação à Justiça para bloqueio de bens da empresa FJAP, mas afirma que não dará detalhes a respeito por se tratar de um processo que corre em segredo de justiça”, diz trecho da nota divulgada pela assessoria.
O Blog da Rosiene Carvalho publicou nesta quinta-feira (18) que a CPI pediu para a Justiça bloquear o valor de R$ 496 mil.
O quantia equivale à diferença entre o valor que a FJAP comprou os aparelhos (R$ 2.480.000,00) e o que ela vendeu para o Estado, R$ 2.976.000,00.
Segundo o Governo do Amazonas, os aparelhos foram adquiridos para atender pacientes com Covid-19.
A CPI investiga se houve direcionamento na compra, que foi realizada por dispensa de licitação. Os deputados também apuram se houve superfaturamento no preço.
Até o momento, a comissão aponta indícios de que houve mudanças no processo de compra que indicam direcionamento.
Sobre o preço, a CPI apurou que a empresa Sonoar comprou os ventiladores por R$ 1 milhão e os revendeu para a FJAP por R$ 2,480 milhões, um lucro de quase R$ 1,4 milhão sobre a outra empresa.
Na terça-feira, 16, em depoimento à CPI, Fábio José disse que emprestou de um amigo empresário os R$ 2,480 milhões que ele usou para comprar os ventiladores mecânicos que vendeu à Susam.
O empresário, segundo Fábio, seria Cristiano da Silva Cordeiro, sócio da empresa Big Traiding e Empreendimentos.
Abaixo, a nota divulgada pelo deputado Delegado Péricles:
O deputado estadual Delegado Péricles confirma que, antes de a CPI ter sido suspensa, havia sido feita solicitação à Justiça para bloqueio de bens da empresa FJAP, mas afirma que não dará detalhes a respeito por se tratar de um processo que corre em segredo de justiça.
“Neste momento, minha atenção e de minha equipe jurídica está concentrada na entrega de minha manifestação à Justiça para que o mais breve possível possamos retomar os trabalhos da CPI da mesma forma que fizemos até o momento: isenta e transparente. A população do nosso estado merece e precisa disso”.