Da Redação |
O deputado estadual Rozenha, do PMB, afirmou na manhã desta quarta-feira, 21, em discurso na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas), que a concessionária Amazonas Energia se retira da cena empresarial do estado como “pior gestão de uma elétrica do Brasil”.
A declaração do parlamentar foi em aparte ao discurso do deputado estadual Sinésio Campos (PT), que criticava os medidores aéreos de energia na cidade de Manaus.
“Em relação aos medidores aéreos: foi um legado trágico deixado pela gestão da Amazonas Energia que se retira da cena empresarial do Amazonas de forma melancólica, ocasionando a pior gestão de uma elétrica do Brasil, fazendo negócio da China com os irmãos Batista, os donos da proteína do mundo, que são os irmãos Wesley e Joesley Batista”, disse Rozenha.
Em 12 de junho, matéria publicada por O Globo informava que a Eletrobras fechou a venda de suas 13 usinas termelétricas para a Âmbar Energia, do Grupo J&F, dos irmãos Batista. O valor da transação é de R$ 4,7 bilhões, segundo comunicado divulgado a mercado pela ex-estatal.
Entre as usinas estão 2 unidades da Amazonas Energia, que fechou 2023 com um endividamento beirando R$ 9 bilhões, sendo 91% com a Eletrobras.
“O Amazonas é refém de uma empresa que passou anos vilipendiando o consumidor amazonense, que passou anos fazendo o que quis, desrespeitando a Justiça, desrespeitando essa Casa (Legislativa), desrespeitando principalmente o povo do Amazonas”, declarou o deputado do PMB.
CMM não enfrenta Amazonas Energia
O parlamentar disse ainda que a instalação de medidores aéreos nunca foi um tema combatido pelos vereadores da CMM (Câmara Municipal de Manaus).
“Os medidores aéreos nunca foram enfrentados de frente pela CMM, que é o fórum adequado, que é onde está o Plano Diretor de Manaus, que está em vias de ser reformulado, onde deveria ser discutido esse acinte, essa violência à cidade de Manaus, que são os medidores aéreos. Essa empresa sai com os bolsos cheios de dinheiro, porque não tem como me tirar da cabeça que a operação foi planejada para que empresas satélites pudessem drenar o caixa da empresa numa operação de R$ 300 milhões negativos por mês”, criticou Rozenha.
Atualmente, a Amazonas Energia tem uma inadimplência trimestral superior a R$ 430 milhões com a ex-estatal, impactando negativamente o resultado da Eletrobras.
Lei
O presidente da CMM, vereador Caio André, do União Brasil, é autor do Projeto de Lei que proíbe a instalação de medidores aéreos em Manaus.
Em março de 2023, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), sancionou a Lei nº 3.024/2023, que proíbe a instalação dos medidores aéreos de energia na cidade de Manaus.
Procurado pela reportagem para comentar às declarações do deputado Rozenha, Caio André disse discordar do parlamentar.
“Não concordo com o deputado, acho que ele se enganou. (Há) lei em vigor que, inclusive, proíbe a instalação de medidores. Foi exatamente no cerne que ele tocou no Plano Diretor. Nós atacamos exatamente essa questão e a lei foi no seio do Plano Diretor e impede a instalação dos medidores. A gente não legisla sobre energia elétrico, a gente legislou sobre o Plano Diretor”, disse o presidente do legislativo municipal.