Da Redação |
A jornalista Mônica Bergamo, da Folha, informou nesta segunda-feira (5) que o novo promotor de Justiça responsável pelo caso da artista venezuelana Julieta Hernández, assassinada em Presidente Figueiredo (AM) em 2023, recusou o pedido da família para reclassificar o crime como feminicídio.
Mônica Bergamo teve acesso ao parecer do promotor. Segundo a jornalista, no documento, Gabriel Salvino Chagas do Nascimento afirma que “não há qualquer prejuízo em seguir o feito conforme a denúncia ofertada”.
“Não se trata do momento apropriado para se discutir teses jurídicas em abstrato, eis que são questões de mérito”, completou o promotor.
Julieta viajava pelo Brasil de bicicleta. Ao passar por Itacoatiara (a 117 km de Manaus), ela foi assassinada.
Em janeiro deste ano, o casal Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos foram denunciados pelo Ministério Público do Amazonas pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), estupro e ocultação de cadáver.
Os dois confessaram o crime.
A família de Julieta e a União Brasileira de Mulheres (UBM) fazem uma campanha pedindo a mudança na tipificação dos crimes.
À coluna de Mônica Bergamo, a irmã de Julieta, Sophia Hernández, criticou a decisão do promotor.
“A visão patriarcal no caso da minha irmã em Presidente Figueiredo é um ataque perigoso não só contra minha irmã, contra mim e minha mãe, mas também contra todas as mulheres”, afirmou Sophia.
Gabriel Salvino Chagas do Nascimento assumiu o processo após a antiga promotora, Fábia Melo Barbosa de Oliveira, sair do caso. Ela se declarou suspeita por “motivo de foro íntimo”.
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