MANAUS – A Prefeitura de Manaus divulgou neste domingo (7) que o prefeito Arthur Neto (PSDB) pediu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para participar das próximas reuniões ordinárias do Conselho Nacional da Amazônia Legal.
Segundo a prefeitura, o pedido foi recebido pela presidência e encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente. No texto, o Executivo municipal destaca que o conselho não tem representantes da Amazônia Legal. O colegiado criado pelo governo federal tem o objetivo de integra as ações governamentais relacionadas à região.
Na sua fala veiculada pela prefeitura, Arthur afirma que sua participar pode levar ao conselho o ponto de vista de quem conhece a região.
“Pedi para participar, como ouvinte e debatedor, para expor a realidade amazônica sob a ótica de quem sabe de suas dificuldades. Quero ser o ponto contraditório em um Conselho que é composto por 14 ministros comandados pelo presidente e que não vão debater suas opiniões”, diz o prefeito.
Críticas e insultos
O Conselho conta com a participação de ministérios e não tem representantes de órgãos e entidades com atuação direta na proteção do meio ambiente, das populações tradicionais que compreendem os povos indígenas, os quilombolas, pescadores e ribeirinhos, o que, para o prefeito de Manaus, acaba fragilizando o debate.
Crítico do governo Bolsonaro, principalmente das ações de combate à pandemia, Arthur foi xingado pelo presidente durante reunião com ministros no dia 22 de abril. Os xingamentos vieram à tona após a divulgação do vídeo da reunião.
Na ocasião, Bolsonaro chamou Arthur de “bosta” e acusou o político do PSDB de usar a pandemia para se promover.
“[…] Tá o bosta do prefeito de Manaus lá, agora, abrindo corva coletiva. Bosta. Quem não conhece a história dele, procura conhecer, que eu conheci ele dentro da Câmara [dos Deputados] aqui do meu lado. E nós sabemos a ideologia dele e o que ele prega”, afirmou Bolsonaro.
Reagindo aos ataques, Arthur disse que Bolsonaro demonstrou na reunião que não tem capacidade para ocupar o posto de presidente do Brasil.
“O presidente da República, em seu criminoso boicote ao isolamento social, em seu desprezo aos indígenas, em seu apreço a garimpeiros que poluem rios, sonegam impostos e invadem áreas indígenas, é claramente cúmplice de tantas mortes causadas pelo Covid 19. Trata-se de um ser despreparado, inculto e deseducado. Não gosta de mim? Que bom. Sinal de que estou no lado certo da vida”, reagiu Arthur.