Por Lúcio Pinheiro |
Os policiais militares presos nesta sexta-feira (14) na Operação Audácia, em Manaus, acusados de tráfico de droga, usaram uma viatura do Instituto Integrado de Ensino de Segurança Pública (IESP) para praticar o crime.
Segundo o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), a viatura, modelo L200 branca, foi utilizada para transportar 16 sacos de fibra portando maconha.
Os policiais envolvidos no caso, segundo o MP-AM, atuam no Batalhão de Trânsito e na 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom).
De acordo com a investigação, o crime ocorreu no dia 17 de maio deste ano, em uma rua do bairro Educandos, na zona Sul de Manaus. O MP-AM obteve vídeos dos policiais transportando os sacos de droga de uma casa para a viatura.
O MP-AM ainda apura como os policiais militares obtiveram a droga: se estavam atuando no serviço de transporte do entorpecente; ou se ficaram de posse do material após tomá-lo de algum grupo criminoso.
As informações foram repassadas à imprensa em coletiva pelo promotor Armando Gurgel Maia, titular da Promotoria Especializada no Controle Externo da Atividade Policial (Proceap).
“Eles foram até esse local, não se sabe para transportar essa droga por fazerem parte já do próprio corpo da traficância ali ou se foram tomar essa droga de algum outro traficante naquilo que no jargão popular chamamos de “arrocho”. A situação foi essa: ou foi um arrocho ou foi um transporte de drogas porque já eram traficantes mesmo. De uma forma ou de outra eles incidem no crime de tráfico de drogas, porque estavam transportando drogas”, disse o promotor.
No total, a Justiça determinou a prisão de 8 policiais. Cinco deles já estão presos. O MP-AM considera divulgar as fotos dos outros 3 caso eles não se entreguem à polícia.
IESP
O IESP é responsável pelos cursos de formação de policiais militares. Atualmente, o instituto está formando 1 mil soldados aprovados no último concurso da corporação.
A reportagem apurou que um dos policiais presos nesta sexta-feira chegou a ministrar aulas para a turma de alunos soldados este ano.
De acordo com o coronel Nilo Corrêa, diretor do Departamento de Justiça e Disciplina (DJD) da Polícia Militar do Estado do Amazonas (PMAM), será investigada a responsabilidade administrativa desses policiais, em relação à questão disciplinar. “Sendo comprovados estes crimes, isso pode culminar com a exclusão dos quadros da PMAM”, explicou o coronel.