Da Redação |
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), disse nesta quinta-feira (1º) que não tem problema em admitir que sua gestão enfrenta “problemas” no setor de saúde.
Iniciando o 6º ano de mandato, Wilson afirmou que o quadro de dificuldade do setor é histórico, e antecede o governo dele. A declaração foi durante discurso na abertura dos trabalhos da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas).
“Eu vou falar aqui de um assunto que é muito difícil para o estado do Amazonas, é um problema que a gente enfrenta e que é histórico que é a área da saúde. A gente tem muito a fazer e muito a avançar”, declarou Wilson.
“E esse é um problema que não acontece só esse ano, é um problema que não aconteceu somente no meu primeiro mandato. Esse é um problema histórico no estado do Amazonas. E isso eu não tenho o menor problema de falar. A gente precisa ainda avançar muito”, completou.
Na fala, Wilson admitiu atrasos no pagamento de serviços de saúde, que segundo ele resultam da queda de arrecadação experimentada em 2023.
“Nos últimos meses nós tivemos uma queda drástica na arrecadação do estado e isso naturalmente comprometeu os pagamentos de alguns serviços”, afirmou o governador.
“E todos os dias a gente tem trabalhado, inclusive, ontem (quarta-feira, 31) tive tratando com a equipe de saúde, hoje (quinta-feira, 1º) vou tratar mais uma vez com a equipe de saúde para a gente dirimir esses problemas”, completou.
MP-AM
A fala do governador ocorre um dia depois de promotores do MP-AM (Ministério Público Estadual) criticarem o governo.
Em coletiva de imprensa, os membros do MP-AM que atuam nos temas relacionados à Saúde afirmaram que o setor experimenta uma grave crise.
Os promotores deram como exemplo o caso do Hospital de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM), em Manaus.
Segundo os membros do MP-AM, o hospital está vivendo de doações e acumula dívida de R$ 8 milhões em decorrência da falta de repasses.
A promotora de Justiça, Cláudia Maria Raposo da Câmara, titular da 54ª Promotoria de Justiça da Saúde, falou em “negligência” do estado.
“Não há dinheiro na unidade. Ela sobrevive às custas de doações. É lamentável que o estado seja tão negligente com um hospital de referência”, comentou a promotora.