MANAUS – O coordenador do Comitê do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Amazonas (PPCDQ-AM) e secretário de Meio Ambiente (Sema), Eduardo Taveira, afirmou que o estado terá, em 2024, “um período de seca ainda profundo”. Esse ano, o Amazonas teve a maior seca já registrada na história, com os 62 municípios em estado de emergência e 599 mil pessoas afetadas na distribuição de água e alimentos.
O Comitê realizou na segunda-feira, 27, uma reunião com órgãos federais e entidades da sociedade civil se uniram para apresentar resultados e discutir estratégias para mitigação dos efeitos da estiagem em 2024. No encontro, foram mostradas as ações de combate às queimadas e desmatamento de 2023, como números de redução de áreas desmatadas, multas aplicadas, estratégias integradas conjuntas, dentre outros tópicos. Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, a partir destes resultados, está elaborado um conjunto de estratégias a serem tomadas, considerando a persistência deste modelo climático para o ano que vem.
“Provavelmente, ano que vem, nós teremos um período de seca ainda profundo e, agora, com essa estrutura mais adequada, a gente espera dar um retorno ainda melhor à população. Eu quero destacar o grande trabalho que foi feito pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), Corpo de Bombeiros, Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), toda a estrutura de Estado atendendo à determinação do governador Wilson Lima de não cessar o trabalho enquanto a gente não tivesse resultados adequados, até efetivamente a vinda da chuva, para garantir que essa situação não fosse ainda pior”, declarou.
Em entrevista à CNN em setembro deste ano, o governador Wilson Lima (UB), afirmou que a seca de 2024 pode ser ainda mais severa do que a que o estado atravessa agora. Para Lima, o período chuvoso, devido ao baixo nível dos rios, pode não ser suficiente para encher os rios do estado.
“O que me preocupa é que esse ano, por conta do El Niño, nós vamos ter um período de seca muito significativo e esse efeito deve se estender até abril. Ou seja, a gente vai ter um período chuvoso na Amazônia que não será suficiente para encher os rios e pode ter um episódio repetido em 2024 ou pior ainda que esse cenário aqui”, disse o governador, na ocasião.
Estrutura do Corpo de Bombeiros será ampliada
Em 2024, segundo o Comitê, será aumentada a estrutura do Corpo de Bombeiros, por determinação do Governo do Estado. O Amazonas também planeja, com o apoio do Governo Federal, auxiliar os municípios com maior concentração de queimadas, fazendo uma cobertura integrada de antecipação do cenário de estiagem.
“O comandante, coronel Muniz, tem um projeto de grupamento em municípios que ainda não tem quartel, tem um total de 21 municípios contemplados. Temos também projetos com o Fundo Amazônia, em ações conjuntas com os órgãos de segurança, e a expectativa de aquisição de materiais para o ano de 2024”, declarou o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM), Josélio Monteiro.
Além destas ações, por meio de acordos de cooperação com o Banco Alemão KFW, estão garantidos recursos para os próximos dois anos de operação das atividades de combate ao desmatamento. Foi incluído, no escopo do investimento, recursos para o desenvolvimento de atividades econômicas adequadas ao uso da floresta em nove municípios com maiores índices de desmatamento e queimadas.
“A gente pode garantir para a população que ano que vem, com certeza, a gente vai estar com uma melhor estrutura para evitar essas situações que nós enfrentamos de maneira tão severa esse ano”, completou o secretário de Meio Ambiente.