MANAUS – O tenente da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), Luiz da Silva Ramos, foi encontrado morto na manhã desta terça-feira, 21, dentro do Comando-Geral, localizado na ruas Benjamin Constant, bairro Petrópolis, zona Sul de Manaus. O policial é um dos réus na chacina no bairro Grande Vitória, zona Leste de Manaus, que ocorreu em 2016.
Fontes da Segurança Pública ouvidas pelo ESTADO POLÍTICO informaram que o policial militar teria mudado o comportamento, dando sinais de depressão, após ser informado que o julgamento do caso foi agendado para 29 de janeiro de 2024. O tenente, de acordo com informações de policiais ouvidos pelo site, cometeu suicídio e foi encontrado com um tiro na cabeça.
A advogada Martha Mafra Gonzales, que representa Luiz da Silva Ramos no processo da chacina, contou ao ESTADO POLÍTICO que seu cliente descobriu que estava com dois tumores do cérebro.
“Ele descobriu que estava com 2 tumores no cérebro. Ele ficou internado por 15 dias, com suspeita de meningite, mas eram os tumores. Ele foi hoje ao comando entregar o exame de ressonância magnética e a licença de 90 dias”, disse a advogada.
Gonzales disse ainda ser mentirosa a informação de que seu cliente mudou o comportamento após saber da data de julgamento. “É mentira. Não tem provas. Eu vou mostrar isso ao jurado. O problema dele foi saúde. Ele começou a sentir fortes dores de cabeça que não passava”, declarou Martha.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar não se manifestou sobre a morte do policial militar. Caso isso ocorra, a matéria será atualizada.
O caso
Alex Júlio Roque de Melo, de 25 anos, Ewerton Marinho, 20, e Rita de Cássia, 19, desapareceram no dia 29 de outubro de 2016, após serem abordados por policiais militares no Grande Vitória, enquanto voltavam de uma festa.
Imagens de câmeras de vigilância da área registraram o momento que os policiais mandaram o trio entrar no carro da PM. Desde então, os jovens nunca mais foram vistos.
Em entrevista ao portal A Crítica em novembro de 2016, o delegado Ivo Martins, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) afirmou que Alex tinha planos de executar três policiais militares, entre eles o, à época, aspirante Luiz Ramos, que no episódio foi preso sob suspeita de envolvimento no desaparecimento do trio.