Por Janaína Andrade|
MANAUS – Mesmo com os números mostrando o contrário, o senador Plínio Valério (PSDB), disse, na tribuna do Senado nesta quarta-feira, 18, que a seca deste ano não é maior que a de 2010.
Conforme medição do Porto de Manaus desta quinta-feira, 19, o Rio Negro baixou mais 9 centímetros e chegou a 13,29 metros. A marca foi a menor registrada quando comparada a das secas históricas de 2010 e 1963, quando os índices chegaram a 13,63 m e 13,64 m, respectivamente.
“Na Amazônia, de onde venho, a seca que atingiu este ano ela continua sendo a menor dos últimos tempos, 2010 ela foi muito maior, muito, muito maior. Os problemas que aconteceram foi que as queimadas foram um pouco além, mas para o ano vai ter de novo. Para o ano vai ter, de novo, queimada, vai ter de novo fumaça, em maior ou menor escala, mas teremos. Daqui há três, quatro meses vamos ter problema de enchente. As águas já começam a subir lá no Alto Solimões. O Solimões já encheu 14 centímetros, logo, logo chega aos rios tributários e começa o problema”, disse Plínio.
O senador fez essa afirmação para criticar a atuação de ONGs (Organizações Não Governamentais) no Amazonas, assunto que toma às atenções de seu mandato em Brasília.
“(…) Eu sou daqueles que defende a antecipação do problema e não há como não apontar os dedos para as ONGs. Nós estamos investigando cinco ONGs. Elas juntas, somando o que arrecadaram, receberam R$ 2,1 bilhões. E nós, agora, na seca, na queimada, na fumaça, não tínhamos um avião para jogar água na queimada. Helicópteros modernos não tem. Aparelhos para o Corpo de Bombeiros não tem. Carros pipa não tem. Então, se esse dinheiro fosse utilizado para os problemas que temos que enfrentar a coisa não estaria tão ruim como está agora”, argumentou Valério.
O parlamentar, sem citar nomes, disse ainda que as autoridades e aqueles que administram os estados, também não antecipam o problema.
“O problema maior e vou chamar de problemão é que as autoridades, todos os que administram, que cuidam da gestão dos estados, não antecipam o problema. A gente sabe que vai ter seca, que vai ter cheia e não se antecipa. A gente espera a calamidade chegar, que vai vir, que é para ir atrás de remédio, de rede, de roupa, de tábua, barco. Para o ano, vai ter de novo”, reclamou Plínio.
A seca fez com que o governador Wilson Lima (União Brasil) decretasse situação de emergência em 59 dos 62 municípios do Amazonas. Atualmente, o município de Canutama está em alerta e apenas Presidente Figueiredo e Apuí estão em situação de normalidade.