Por Lúcio Pinheiro |
Na sua conta no Twitter, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) se disse indignado com a decisão do avô dele, o desembargador Domingos Chalub, que emitiu uma decisão proibindo que os professores da rede estadual do Amazonas entrem em greve. O magistrado ainda autorizou o Estado a descontar as faltas dos educadores em caso de descumprimento da decisão.
“Recebi com indignação a notícia da decisão do desembargador Chalub, que acatou o pedido do Governo para PROIBIR a greve de professores contratados pela Seduc, que estava prevista para esta quarta-feira (17). Todos sabemos que a greve é um direito legítimo dos trabalhadores, garantido pela Constituição Federal, e uma forma de pressionar o Estado por melhorias das condições de trabalho e reajuste salarial. Proibir o exercício desse direito é uma afronta à democracia e aos direitos trabalhistas, por isso entendo que a decisão demonstra uma postura que vai de encontro aos princípios da democracia”.
Deputado federal mais votado da história do Amazonas, nas eleições de 2022, Amom é apontado nas pesquisas de intenção de voto como o principal adversário do prefeito David Almeida (Avante) na corrida pela prefeitura, em 2024.
No texto publicado na sua rede social, Amom indica que adversários políticos estão usando a decisão do avô dele contra os professores para prejudicá-lo politicamente.
“Ainda que eu tenha parentesco com o desembargador, não respondo pelas ações tomadas por ele. Eu sou AMOM e nunca me coloquei contra os trabalhadores e os professores – pelo contrário. Não aceitarei calado que opositores políticos se aproveitem da situação para impor a mim posicionamentos que nunca tive. Apoio a luta e a causa dos professores e espero que haja diálogo para que se busque uma solução justa”, escreveu o político.
Essa não é a primeira vez que Amom reclama publicamente de uma decisão do seu avô. Em junho de 2022, Chalub deu uma decisão favorável ao Sinetram (Sindicato das Empresas de Ônibus), autorizando o sindicado a substituir o programa e os aparelhos utilizados no sistema de bilhetagem eletrônica no transporte público de Manaus.
Na ocasião, Amom, que era vereador, cobrou consciência de classe do avô.
“Eu não concordo com o que está acontecendo, e não concordo mais ainda com a decisão do meu próprio avô [Domingos Chalub], que caiu na ladainha do prefeito de Manaus [David Almeida] e da Procuradoria Geral do Município. Acho que essa decisão foi equivocada, foi induzido ao erro. Certo ou não do ponto de vista jurídico, é preciso ter uma consciência de classe. Consciência para com a população da cidade de Manaus, para não submeter as pessoas a esse tipo de humilhação”, criticou Amom.