Por Lúcio Pinheiro |
O diretor-presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Paulo Henrique Martins, disse nesta segunda-feira (15) que sem o subsídio pago às empresas de ônibus em Manaus, a passagem de ônibus na cidade poderia custar até R$ 5,93, e não os R$ 3,80.
A informação foi divulgada durante sessão de tempo na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Segundo Paulo Henrique, o transporte público na capital do Amazonas, assim como nas demais cidades brasileiras, só consegue operar com subsídio da prefeitura.
“Muita gente fala que o dinheiro do subsídio vai para as empresas. As empresas operadoras operam a um custo. Para aquela operação, existe um custo, com ou sem passageiros. O subsídio, na verdade, vai para cada pessoa que, ao invés de pagar a tarifa de R$ 5,93 (média do ano passado), ela continua pagando R$ 3,80”, declarou o diretor-presidente do IMMU.
Baixar subsídio é desafio
Segundo Paulo Henrique, considerando que é inevitável financiar parte da operação das empresas, a prefeitura trabalha para encontrar formas de reduzir esse subsídio. De acordo com os dados apresentados aos vereadores, a média mensal da receita do sistema, em 2022, foi de R$ 34 milhões, enquanto o custo operacional foi de R$ 67 milhões (mês).
De acordo com Paulo Henrique, em 2022, somente com o usuário de Vale Transporte, a prefeitura repassou para as empresas R$ 103,34 milhões, para permitir que os passageiros continuassem pagando R$ 3,80, enquanto a tarifa técnica (baseada no custo operacional) era de R$ 5,93.
O diretor-presidente externou preocupação com as negociações de reajuste salarial das empresas com os trabalhadores. Isso porque o aumento vai impactar diretamente no custo do sistema, exigindo mais concessão de dinheiro dos cofres do município.
“Todo aumento de salário ocorrido nos últimos anos, de combustível, foi absorvido pela prefeitura, através do subsídio. E esses subsídios impactam na falta de recursos para outras ações da prefeitura. Não há uma forma de você diminuir o custo se não diminuir a frequência dos ônibus, e isso a gente não quer”, declarou Paulo Henrique.
Atualmente, 45,33% do custo das empresas é com folha de pagamento e benefícios aos trabalhadores, informou o diretor-presidente do IMMU.