Por Lúcio Pinheiro |
Manaus está entre as 20 maiores cidades do Brasil que mais recebem investimentos em saneamento básico por parte do prestador de serviço.
O dado consta no Ranking de Saneamento Básico 2023 divulgado pelo Instituto Trata Brasil, na segunda-feira (20).
O levantamento faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades.
Para chegar a esse dado, o estudo considera a razão entre o que o prestador de serviço arrecadou e o que investiu. Quanto maior, mais investimento houve no setor.
No caso de Manaus, o prestador de serviço é a Águas de Manaus. A empresa opera o setor na capital do Amazonas desde 2018.
Segundo o Ranking de Saneamento Básico 2023, o Indicador de Investimentos do(s) Prestador(es) por Arrecadação (IIP) de Manaus é de 38%, percentual acima da média registrada entre as 100 cidades analisadas no levantamento, que ficou em 21,9%.
Em material divulgado para a imprensa, a Águas de Manaus informou que os investimento feito em saneamento nos último 5 anos supera R$ 1 bilhão.aplicados no setor.
“Manaus é a capital do Norte que mais recebeu investimentos em saneamento básico no Brasil nos últimos cinco anos. A cidade também está entre as sete maiores do país em volumes de investimentos no período, superando R$ 1 bilhão em recursos aplicados no setor. Com isso, a cidade já avançou 15 posições no Ranking do Saneamento, do Instituto Trata Brasil, desde o início das operações da Águas de Manaus, saindo da colocação 98 para a 83 no estudo divulgado nesta segunda-feira (20)”, informou a concessionária.
O investimento é um dos fatores que influenciam na posição em que as cidades ocupam no ranking. Nesse cenário, desde que a Águas de Manaus assumiu o serviço, a capital do Amazonas subiu 15 posições.
Em 2017, ano que antecedeu a entrada da empresa, Manaus ocupava a 98º posição. No estudo divulgado na segunda, a cidade figura na 83ª posição.
Outro fator que ajuda Manaus a subir no ranking é a maior cobertura de água. Segundo o estudo, 97,5% da população da cidade tem acesso à água potável.
Uma década entre os piores
Apesar do crescimento dos investimentos e da universalização da oferta de água potável, mas segue entre as 20 piores cidades em saneamento, entre as 100 que integram o estudo.
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos 100 maiores municípios brasileiros com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país.
No ano de 2012, Manaus ocupava a 82ª posição. A colação piorou nos anos seguintes (de 2013 a 2019). A partir de 2019, o setor apresenta leve melhora, mas com colocação se aproximando apenas do que era registrado há uma década.
Pontos como a baixa coleta e tratamento de esgoto, e a grande perda na distribuição de água mantém Manaus entre as piores colocações.
Acesso a água potável: Enquanto 99,7% da população das 20 melhores cidades têm acesso às redes de água potável, nos 20 piores municípios, o número é de 79,6% da população. Em Manaus, esse número é de 97,5%.
Acesso a coleta de esgoto: 97,9% da população nos 20 melhores municípios têm acesso aos serviços, enquanto somente 29,2% da população nos 20 piores municípios são atendidos. Na capital do Amazonas, o acesso a esse serviço é realidade para apenas 25,4%.
Tratamento de esgoto: Enquanto o primeiro grupo tem, em média, 80% de cobertura de tratamento de esgoto, o grupo dos piores trata apenas 18,2% do esgoto produzido. Em Manaus apenas 21,5% do esgoto coletado é tratado.
Perdas na distribuição: Entre as melhores cidades, 29,9% da água produzida é desperdiçada na distribuição por conta de tubulações antigas e “gatos”. Já entre as piores, o indicador chega a 51,3%. Em Manaus, 59,7% da água prozudida é perdida.
Investimento em saneamento: Enquanto as 20 melhores cidades investem, em média, R$ 166,5 por habitante, em saneamento. A média de investimento entre as 20 piores é de R$ 55,4. Em Manaus, R$ 88.