MANAUS – O número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Amazonas, até agora, cresceu 936% em comparação com 2019. Foram 1.223 óbitos neste ano contra 118 no ano passado.
Quando são contabilizadas apenas as mortes por SRAG que tiveram comprovação para vírus respiratórios a variação foi de 969%: foram 71 em 2019 e 759 em 2020.
Do total de 1.223 mortes pela síndrome neste ano, 751 casos foram confirmadas para Covid-19, 380 não foram especificadas e 82 estão em investigação.
Oito mortes foram causadas por outros vírus neste ano: Adenovírus (4), Influenza B (2) e Vírus Sincicial Respiratório (2). Duas mortes por SRAG tiveram outras causas (tecnicamente, outros agentes etiológicos).
Os dados são do 7º do Boletim da Situação Epidemiológica de Covid-19 e Síndrome Respiratória Aguda Grave, publicado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) no sábado (9), com dados contabilizados entre 13 de março, quando houve o primeiro caso confirmado de Covid-19 no Amazonas, e esta quinta-feira (6).
Total de casos
Em 2020, até a quinta-feira, foram notificados 3.952 casos que atendem à definição de SRAG no Estado, um aumento de 173% em comparação com os registros do mesmo período de 2019, quando foram notificados 1.450 casos.
Segundo a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, a maioria das infecções por SRAG é de origem viral, porém nem todas são causadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). “Dentre elas, Influenza A e B, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Adenovírus, Parainfluenza, Coronavírus e Metapneumovírus são as mais frequentes”, explicou, em nota à imprensa.
Do total de casos de SRAG deste ano, 1.571 tiveram confirmação para vírus respiratórios, sendo 1.512 (32%) para SARS-CoV-2, o causador da Covid-19. O número de casos de SRAG não especificados é de 867. Outros 1.507 estão em investigação.
Distribuição etária reflete pandemia da Covid-19
Considerando a distribuição dos casos notificados de SRAG por faixa etária, em 2020, os adultos entre 40 e 59 anos e idosos (com 60 anos ou mais) foram as faixas mais afetadas e que apresentaram maior variação, com aumento de 1.623% e 1.683%, respectivamente.
Esses achados, segundo o documento, apontam o possível impacto gerado pela pandemia de Covid-19, “o que corrobora com evidências publicadas na literatura científica”, embora quase metade dos casos de SRAG ainda esteja sem a confirmação do agente causador.
“Este padrão é diferente do encontrado em 2019, no qual as crianças menores de 1 ano apresentavam maior frequência de casos notificados (42,8%), o que está relacionado as características dos vírus circulantes naquele ano. Em relação aos óbitos, houve um aumento correspondente a 2.525% nos idosos (acima de 60 anos) em 2020”, destaca a publicação da FVS-AM.