Da Redação |
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), afirmou nesta quarta-feira (19) que a proposta do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) de acaba com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) caso concretizada, representa a morte da Zona Franca de Manaus (ZFM).
“Eu estou muito preocupado com isso, porque há muita retórica e há muito discurso. Por um lado, se diz que vai proteger a Zona Franca de Manaus, mas quando se fala em extinção de IPI está se ferindo de morte a Zona Franca de Manaus, porque nesse cesto de incentivos que garantem esse diferimento, o IPI é o principal imposto. Se a gente não tiver esse incentivo aqui a ZFM acaba”, disse o governador.
Wilson afirmou que tentará, no diálogo, mostrar o quanto a ZFM depende do IPI. Caso não haja acordo, tentará impedir a medida na Justiça.
“Em um primeiro momento tive uma conversa com o Alckmin e ele me garantiu que não iria tomar nenhuma decisão contra o estado do Amazonas. Mas essa declaração dele é muito ruim para o estado do Amazonas e aí fico me perguntando porque os caras ficam tentando o tempo todo fazer isso com a Zona Franca de Manaus. (…) Se a gente não conseguir avançar nessas conversas, não tenham dúvida que mais uma vez irei à Justiça para garantir a competitividade, sobretudo, manter os empregos que são gerados na ZFM”, adiantou.
Na segunda-feira (16), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, definiu que a prioridade “central” para o governo é avançar em uma proposta de reforma tributária no primeiro ano da gestão e foi taxativo ao defender o fim do IPI em ameaça direta à ZFM.
“Quando você tem um déficit fiscal, é dever [do governo] tentar saná-lo. A próxima meta do governo é acabar com o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]. E acabar com o IPI vem com a reforma tributária. Sabemos que tudo que é PEC, que demanda mudança constitucional, deve-se fazer no primeiro ano, para aproveitar a legitimidade do processo eleitoral e avançar rápido”, afirmou Alckmin. “A reforma tributária é central. Ela pode fazer o PIB crescer e trazer eficiência à indústria”.
A declaração de Alckmin foi dada na segunda-feira, 16, em encontro com empresários do ramo industrial na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp.
O fim do IPI quebra a competitividade das indústrias do PIM frente aos produtos fabricados em outras regiões do país e, principalmente, frente aos produtos importados.