MANAUS – Após mobilizar ajuda internacional para conter a pandemia de Covid-19 na Amazônia e apelar até para a ativista sueca Greta Thunberg, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), considerou como extrema e arriscada a possibilidade de adoção de um “lockdown” na capital amazonense para frear a disseminação da Covid-19.
Para Arthur, a medida “talvez seja impossível de ser efetivamente implementada”.
Até a tarde desta terça-feira (5), a cidade já tinha 8.109 casos confirmados e 649 mortes pela doença, conforme boletim da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM).
À noite, após o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) ingressar com uma ação na Justiça estadual pedindo que o governo e a prefeitura adotem a medida, Arthur defendeu que deveria haver uma reunião mais ampla, envolvendo o prefeito e o governador.
A ação do MP-AM foi redirecionada para a 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual pelo juiz plantonista Antonio Itamar de Sousa Gonzaga. “Agiu corretamente (o juiz). Não é matéria para decisão em plantão”, completou Arthur.
Essa não é uma decisão que deva ser tomada sem analisar os vários reflexos da medida, defendeu o prefeito. “Sugiro adotarmos medidas mais rígidas que forcem a adesão das pessoas ao isolamento social, sem a decisão extrema e arriscada do lockdown”, declarou.
Arthur exemplificou que hoje, nesse momento de pandemia, uma empresa não essencial da cidade que estiver irregularmente funcionando já pode ter seu alvará cassado. Um decreto foi editado nesse sentido.
“Mas, meus fiscais precisam da proteção da Polícia Militar. Esse é apenas um exemplo do muito que os poderes podem fazer conjuntamente. Somos responsáveis, cada poder na sua faixa de ação, por cuidar do que é melhor para nossa gente. Manaus está às ordens para cumprir seu papel na solução da crise”, disse o prefeito.