Da Redação |
Após 70 dias, o acampamento bolsonarista pró-golpe militar foi desmobilizado pelas forças de segurança do Amazonas da frente do Comando Militar da Amazônia (CMA) nesta segunda-feira (9).
O desmonte do acampamento, que por mais de 2 meses afetou negativamente a vida de quem mora e de quem precisa passar por aquela região da zona Oeste de Manaus, só ocorreu após uma decisão judicial do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Na decisão emitida na noite de domingo (8), o ministro deu 24 horas para que os estados desmobilizassem esses acampamentos.
No Amazonas, o local escolhido pelos eleitores que não aceitaram o resultado das urnas para pedir intervenção militar no país foi o CMA.
A goda d’água para a tomada de decisão do ministro do STF foi a invasão de criminosos bolsonaristas as sedes do Três Poderes em Brasília.
Até então, os governadores e o Exército faziam vista grossa para a pauta golpista dos atos, limitando suas atuações a garantir o mínimo de ordem na permanência dos bolsonaristas nos acampamentos.
Depois da barbárie de domingo, nenhum governador teve mais condições políticas de ignorar o caráter atentatório à democracia do movimento bolsonarista.
No Amazonas, após a decisão de Moraes, a Justiça Federal também decidiu agir. Dessa vez, determinando a retirada dos manifestantes do local.
Os manifestantes de Manaus chegaram a ensaiar uma resistência, mas diante do forte aparato policial, foram convencidos a deixar o local.
Nesses termos, o secretário de Segurança do Amazonas, general Carlos Alberto Mansur, ao final do trabalho, considerou a ação de retirada dentro da normalidade.
“Nós estamos fazendo tudo de maneira pacífica, e vamos continuar fazendo isso. Já comunicamos ao Exército para que, após a retirada dos manifestantes, não permita o retorno para a frente do CMA”, disse o general.
A retirada começou antes das 11h, com a participação de negociadores do Exército e da Polícia Militar do Amazonas (PMAM). A ação de retirada dos manifestantes foi coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
Integraram a ação em torno de 200 agentes da SSP, PMAM,Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran), Secretaria Municipal de Segurança Pública (Semseg), Conselho Tutelar, Procuradoria Geral do Estado (PGE), Polícia Federal, Exército, e órgãos municipais como Defesa Civil do município, Centro de Comando e Controle da Prefeitura, Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania, Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp).