Da Redação |
Desde que as vacinas contra a paralisia infantil foram desenvolvidas, no início da década de 1950, a trajetória da doença mudou. Sem a imunização, 20 milhões de pessoas teriam contraído a doença e, hoje, estariam paralisadas, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Amazonas, cerca de 318 mil crianças deixaram de ser vacinadas pelos pais ou responsáveis no último ano.
O Estado apresenta cobertura vacinal de 68% do público alvo, ficando em situação de risco para a reintrodução de novos casos. O percentual de cobertura ideal para proteção das crianças é de 95%, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde – Rosemary Costa Pinto (FVS-AM).
O servidor público, Nilteomar Gabay, de 55 anos, contaminado pelo vírus da poliomielite ainda bebê, convive com as sequelas da doença até hoje. Segundo ele, na época, a família não tinha acesso às informações sobre a gravidade do vírus e da importância da vacinação.
“Quando eu nasci, aqui em Manaus, não tínhamos acesso a jornal, rádio e informações como hoje nós temos. Eu peguei paralisia no corpo todo, os médicos me deram até dois anos de vida. Tive que sair de Manaus para fazer o tratamento. Eu escapei, não morri, mas tenho comprometimento em quase todos os membros inferiores e uma parcela bem grande nos membros superiores”, disse.
Nilteomar ainda pede aos pais ou responsáveis que se esforcem para aumentar o número de crianças vacinadas e, assim, as taxas de imunização voltem a crescer no país.
“Mães e pais, levem os seus filhos para vacinar, não deixem que isso venha acontecer, por falta de uma vacina que tem em todo lugar, muito diferente de 1967, quando eu nasci. Existem campanhas, o Governo está aí para fazer com que o seu filho tenha uma vida melhor, uma gotinha salva vidas”, apela.
A vacina faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde e é aplicada de forma rotineira nos postos da rede municipal.
“As vacinas estão aí, elas são eficazes, são de graça, então o que precisa mesmo é a população trazer para si a sua responsabilidade, cabe a nós, colocar as vacinas recebidas pelo programa de imunização, em todas as unidades de saúde e tenha certeza que em todos os municípios têm as vacinas”, enfatizou a coordenadora do PNI Amazonas, enfermeira Izabel Nascimento.
Esquema vacinal
O esquema vacinal consiste na administração de três doses de vacina inativada poliomielite (VIP), aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias. Devem ainda ser administradas duas doses de reforço, a primeira aos 15 meses e a segunda aos 4 anos de idade.
Campanha
Foi prorrogada até o dia 30 de setembro a campanha de vacinação contra a poliomielite. Pais ou responsáveis podem procurar às unidades de saúde.