Da Redação |
O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), classificou de “incidente” o homicídio qualificado do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips no Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
“Só no estado do Amazonas temos 4 mil quilômetros de fronteira, de rio e de floresta. E aí, quem está no sul, no sudeste, que fala da Amazônia, por exemplo, esse incidente que aconteceu agora no Vale do Javari, o cara pega um avião, lá em São Paulo, e diz: ‘vou cobrir essa situação lá no vale do Javari’. Ele chega em Manaus e acha que vai pegar um carro e em duas horas vai está lá no Vale do Javari, e não é bem assim. Aqui a situação é bem difícil, bem complicada”, disse o governador.
A fala de Wilson foi durante discurso na abertura do Fórum Permanente de Desenvolvimento Sustentável, nesta segunda-feira (20). O evento é realizado em Manaus e é organizado pelo governo do Estado.
Na ocasião, o governador descrevia a dificuldade que é se locomover no Estado e o quanto isso tem reflexo no desenvolvimento da economia local.
“Aqui a gente tem dificuldades que são próprias da região amazônica, dificuldades que nos são peculiares e o estado do Amazonas é diferente de tudo que se possa ver em qualquer parte do planeta. Nenhum lugar do mundo temos a dificuldade que temos. Estamos na maior extensão territorial do mundo. Se o Amazonas fosse um país, nós seríamos o décimo maior em extensão territorial. Enquanto em São Paulo você visita todos os municípios de carro, aqui, em 90% dos municípios, o acesso é através dos rios, os rios são as nossas estradas. E essa é uma dificuldade que a gente enfrenta de fato. E a questão das fronteiras é outra dificuldade”, comentou Wilson.
O crime
O indigenista e o jornalista foram considerados desaparecidos a partir do dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, área de terras indígenas no Amazonas.
Uma semana depois, um dos principais suspeitos pelo desaparecimento, Amarildo Oliveira da Costa, conhecido como Pelado, confessou ter participado do crime.
No dia 15 de junho, Amarildo indicou o local onde teria ocultado os cadáveres.
De acordo com as investigações da polícia, os corpos de Bruno e Dom foram esquartejados e incinerados após serem mortos a tiros.