MANAUS – O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou na manhã desta sexta-feira, 29, a publicação de dois decretos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que enfraquecem a Zona Franca de Manaus (ZFM). O primeiro, zera a alíquota sobre Produtos Industrializados (IPI) relativa aos extratos de concentrados para elaboração de refrigerantes. O segundo decreto, amplia o corte linear nas alíquotas do IPI de 25% para 35%.
Os dois decretos foram publicados na quinta-feira, 28, à noite, ou seja, menos de 24 horas após o encontro entre Bolsonaro e o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), em Brasília, para tratar sobre o decreto que cortou IPI de outros produtos produzidos na ZFM.
“O governo federal continua na sua sanha contra a Zona Franca de Manaus, querem sufocar o modelo econômico. De ontem pra hoje, mais dois decretos. Um ampliando de 25% para 35% a redução do IPI, que diminui mais ainda a competitividade das empresas da Zona Franca de Manaus. E um outro, que praticamente expulsa de Manaus as empresas que atuam no polo de concentrados. Isso tudo é muito ruim, muito negativo, merece o nosso repúdio”, disse Serafim.
Para o líder do PSB no parlamento estadual, o governo federal quer forçar opções absurdas ao Amazonas diante do sufocamento da ZFM, como, a derrubada da floresta e a mineração em terras indígenas.
“(…) como se essas atividades fossem compensar os empregos perdidos, como se essas atividades fossem atividades que sustentariam nossa economia. Não sustentarão e vão gerar a invasão de terras, ocupação desordenada, a favelização”, avaliou o parlamentar.
A busca do Governo Federal em enfraquecer e acabar com a ZFM pode, segundo Serafim, gerar um impacto internacional negativo para o Brasil.
“Meu repúdio, minha discórdia, meu descontentamento, meu lamento contra essas medidas do presidente Bolsonaro. Mas mantenho a minha posição sempre firme contra esse governo que não se cansa de prejudicar a Amazônia e que vai gerar problemas internacionais para o Brasil. O mundo não aceita a destruição da Amazônia. Isso é um dogma. E nós não podemos destruir a Amazônia porque estaremos destruindo a nós mesmos, aquilo que temos de mais importante e mais delicado, que é a nossa biodiversidade”, concluiu.