Uma irmã do ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega acusou o Palácio do Planalto de oferecer cargos comissionados em troca da morte do ex-capitão. A informação foi revelada em uma escuta telefônica feita pela Polícia Civil do Rio de Janeiro há dois anos.
O conteúdo da escuta foi revelado pelo jornal Folha de São Paulo na quinta-feira (7). Na gravação, Daniela Magalhães da Nóbrega afirma a uma tia, dois dias após a morte do irmão, que ele soube de uma reunião envolvendo seu nome no palácio e do desejo de que se tornasse um “arquivo morto”.
Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto em uma operação policial na Bahia.
“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo”, disse ela na gravação autorizada pela Justiça.
Procurados pela Folha, o Palácio do Planalto e a defesa de Daniela não se posicionaram sobre o conteúdo das escutas.
O senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro, criticou em rede social a reportagem da Folha e negou que tenha havido oferta de cargos do Planalto ligada à morte de Adriano. “Obviamente isso nunca aconteceu”, disse.