Da Redação |
A avó do jovem Melquisedeque Santos do Vale, Zurma Silva dos Santos, ingressou na Justiça pedindo uma indenização R$ 1 milhão da empresa Viação Nova Integração, que opera na cidade de Manaus.
Melquisedeque voltava do trabalho para casa quando foi morto com um tiro na cabeça, dentro de um ônibus da empresa de transporte, no dia 16 de dezembro de 2021.
Segundo testemunhas, três homens anunciaram assalto dentro do veículo e, mesmo sem reação de nenhum passageiro, um deles atirou contra o jovem.
Os três assaltantes desceram do veículo e não foram identificados. Até esta semana, a polícia informou ter prendido apenas um dos três suspeitos de envolvimento no crime.
O assaltou ocorreu em um ônibus da linha 444, que faz um trajeto entre as zonas norte e sul da capital do Amazonas.
Zurma alega que o jovem era o responsável pelo sustento dela e atribui responsabilidade da empresa pelo ocorrido.
A defesa dela alega que naquele dia o ônibus fez uma mudança de rota, colocando todos os passageiros sob perigo.
Para definir o valor da indenização, os advogados calcularam quanto Melquisedeque acumularia em salário ao completar 75 anos, considerando que ele recebia R$ 1,2 mil por mês na empresa onde atuava como jovem aprendiz.
Dessa forma, a defesa de Zurma requer na Justiça que a Viação Nova Integração pague R$ 250 mil à título de danos morais, e R$ 799,9 mil referente (aos lucros cessantes) aos valores que o jovem acumularia até os 75 anos se continuasse recebem R$ 1,2 mil por mês.
Decisão
Nesta segunda-feira (21), a juíza do caso, Ida Maria Costa de Andrade, determinou que a defesa da avó de Melquisedeque apresente documentos que comprove que o rapaz recebia R$ 1,2 mil por mês.
Segundo a juíza, o que foi apresentado à Justiça demonstra apenas os valores pagos à título de rescisão de contrato pela empresa em que Melquisedeque trabalhava.
“Inicialmente, vislumbro que os documentos acostados às fls. 32 e 33, se referem apenas ao pagamento das verbas rescisórias, todavia não há especificação do recebimento do salário, no valor de R$ 1.212,00 (mil, duzentos e doze reais). Portanto, determino que junte aos autos documento comprovando o recebimento do valor retromencionado”, diz trecho da decisão.
Outra medida requerida pela juíza é que a avó de Melquisedeque comprove a condição de beneficiário da justiça gratuita. Isso porque na ação os advogados alegaram que a cliente não tem condições de arcar com os custos do processo.
A juíza de 15 dias de prazo para Zurma apresentar os documentos exigidos.
O caso está tramitando na 15ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho desde o dia 15 de fevereiro deste ano.
Preso
No dia 17 de março, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou ter prendido um jovem identificado por Lucas Lima, de 24 anos.
Segundo a polícia, ele é suspeito de ter participado do assalto que resultou na morte de Melquisedeque.
A polícia informou ter identificado os outros dois envolvidos no crime. Um deles se chama Janderson Cabral Cidade.
O outro foi identificado apenas como “Pequeno”.
“Pedimos a colaboração da população para localizar Janderson e ‘Pequeno’, por meio de denúncias anônimas, pelo número (92) 99427-5821, disque denúncia da DERFD, ou pelo 181, da SSP-AM. A identidade do informante será preservada”, declarou o delegado Adriano Félix, no último dia 17.