Da Redação |
Por 3 votos a 2, a Comissão de Constituição Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) decidiu nesta segunda-feira (7) que caberá à Mesa Diretora decidir se a deputada Joana Darc (PL) será ou não punida por ter acusado os colegas de vender voto para eleger Roberto Cidade (PV) presidente da Casa.
Os deputados Delegado Péricles (PSL) e Wilker Barreto (sem partido) defendiam que o processo administrativo fosse admitido e encaminhado para julgamento pela Comissão de Ética da ALE-AM.
No entanto, prevaleceu a proposta defendida pelo deputado Carlinhos Bessa (PV), que sustenta que o caso seja julgado pela Mesa Diretora.
A proposta de Carlinhos Bessa foi acrescentada como parte do parecer do deputado Belarmino Lins (PP), que acatou a mudança no texto. A modificação do voto também foi aprovada pelo deputado Serafim Corrêa, que também é membro da CCJR.
Com a aprovação do parecer por maioria dos 5 votos da CCJR, o caso será encaminhado para a Mesa Diretora.
Durante a votação para a presidência ALE-AM, no dia 3 de dezembro de 2020, a então líder do governo acusou Roberto Cidade de trair o governador Wilson Lima (PSC) e afirmou que as ações do ex-aliado para se eleger presidente da Assembleia envolveram oferta de compra de voto por R$ 200 mil – o candidato de Wilson era Belarmino Lins (PP), antes ele tentou emplacar Alessandra Campêlo (MDB).
“Deputado Roberto Cidade foi atrás de comprar voto dos colegas deputados estaduais. E eu digo o valor, porque ele não chegou a falar comigo, mas aqui todo mundo fica sabendo das coisas. O voto era R$ 200 mil”, acusou Joana. A parlamentar nunca apresentou provas.
Em junho de 2021, ao voltar da licença-maternidade, a deputada disse que durante esse tempo amadureceu. Citou nominalmente todos os deputados que acusou de terem recebido R$ 200 mil para votar em Cidade.
Joana pediu que fossem retiradas dos anais da Assembleia as palavras pronunciadas por ela naquela ocasião. “Deputado Roberto Cidade, eu quero falar olhando nos seus olhos dizendo que eu peço desculpas. Espero que isso seja, independente do que aconteça, uma página virada na história desse parlamento, porque nós somos amigos desde o início do mandato, assim como eu tenho uma relação de amizade com todos os colegas aqui na assembleia”, disse.
“Eu me excedi e fui injusta. Hoje que sou mãe, eu não gostaria que meu filho ouvisse sobre mim algo que não fosse verdade. Talvez naquele momento, até questão da maturidade, por não ser mãe, eu não entendesse o que eu estaria atingindo na família de cada um”, afirmou.
“Independente do que aconteça, eu quero pedir desculpas, inclusive nominalmente”, disse ele, ao citar os 16 deputados que elegeram Cidade presidente.
Na ocasião, Wilker Barreto disse que o Conselho de Ética poderá levar o pedido de desculpas em consideração, mesmo com meses de atraso, mas que não retirará a representação por quebra de decoro porque considera graves as acusações feitas por Joana.