O presidente Jair Bolsonaro se irritou com o vice-presidente Hamilton Mourão, que nesta quinta-feira, 24, disse que “o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano” e defendeu o uso de força contra a Rússia.
“O artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre este assunto é o presidente. E o presidente se chama Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Então, com todo respeito a esta pessoa que falou isso, e eu vi as imagens, falou mesmo, está falando algo que não deve, que não é de competência dela”, reclamou. “Não é combinado. Quando que eu falo qualquer coisa sobre este problema Rússia e Ucrânia? É depois de ouvir os ministros França (Relações Exteriores) e Braga Netto (Defesa)”, disse o presidente em sua “live” semanal nas redes sociais.
A manifestação de Bolsonaro durante a “live” foi a primeira declaração do presidente sobre o ataque russo. Na semana passada, uma comitiva brasileira visitou a Rússia, em viagem oficial.
Bolsonaro se resumiu a condenar Mourão, sem criticar ou reprovar o ataque ordenado por Vladimir Putin. O presidente disse apenas que o Brasil tem interesse de aprofundar laços comerciais e de amizade com outros países. “Não é diferente com a Rússia, a Ucrânia e a Hungria; nossa posição é pela paz.”
“Eu sou presidente do Brasil. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para alcançar a paz. Quem fala sobre esse assunto é Jair Bolsonaro, ninguém mais fala. Quem estiver falando está dando uma peruada.”
Bolsonaro fez as afirmações ao lado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França. O chanceler afirmou que o país está elaborando “um plano de contingência” para a retirada de brasileiros da Ucrânia.
“Esse plano envolve contatos com países vizinhos como Polônia e Romênia e autoridades ucranianas”, afirmou. “Nós só vamos retirar os brasileiros quando tivermos condições adequadas de segurança.”