MANAUS – Ao comparar os índices de cobertura da Atenção Básica de saúde da capital e do interior do Amazonas, o secretário estadual adjunto do Interior da Susam, Cássio Roberto do Espírito Santo, fez uma crítica indireta à Prefeitura de Manaus, que é responsável por esse nível de atendimento na cidade.
Na “live” de atualização de casos de Covid-19 no Amazonas desta quarta-feira (8), ao comentar o possível colapso da saúde no Estado, Cássio observou que a cobertura de atenção básica na capital é muito baixa quando comparada com o interior.
Em Manaus, frisou ele, cerca de metade da população não tem acesso à rede de atenção primária e isso sobrecarrega os atendimentos de alta e média complexidade, oferecidos majoritariamente pelo governo estadual.
“Praticamente 50% da população (da capital) não tem acesso a serviços de saúde na rede básica, que são as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), que seriam esse primeiro atendimento”, disse.
“Então, a população, mais de um milhão de pessoas vão direto para os SPAs (Serviços de Pronto Atendimento), elas vão direto para os hospitais, porque elas não têm referência de atenção básica, que seria a porta de entrada do sistema de saúde”, ressaltou.
Cássio destacou que nos últimos cinco anos, a cobertura de Atenção Básica da capital caiu de 52,7%, em 2015, para 51,67% da população neste ano.
No interior, que concentra 49% da população do Amazonas, a cobertura da atenção básica no interior, chega a quase 90%, segundo ele. “Isso facilita as ações de cobertura vacinal, de endemias, que dão todo um suporte, coadjuvante, para a Covid-19”, disse.
Mais cedo, o prefeito de Manaus, Arthur Neto, anunciou que fará um hospital de campanha para atendimento de casos de Covid-19 e que chamou técnicos de enfermagem e enfermeiros para atuarem no Hospital da Nilton Lins, que será a unidade de apoio do Governo do Estado para os casos de coronavírus.
Colapso
Na segunda-feira (6), Arthur declarou à rede de televisão CNN Brasil que o sistema de saúde na capital já tinha entrado em “colapso”, por conta da pandemia. “Não há UTIs suficientes para atender a demanda, que só cresce”, disse.
Horas mais tarde, o então secretário de Saúde do Amazonas (Susam), Rodrigo Tobias, afirmou em “live” nas redes sociais que o Estado ainda não tinha entrado em colapso, mas estava a 5% de entrar.