MANAUS – O Ministério Público Estadual (MP-AM) em Coari apresentou no sábado (16) o 6º pedido de afastamento de Adail José Figueiredo Pinheiro (PP), conhecido como Adail Filho, do cargo de prefeito do município. Na nova ação, os promotores Weslei Machado e Fábio Mota Morais acusam o político de improbidade administrativa por ter ordenado a liberação de 60 motocicletas apreendidas em uma operação do departamento de trânsito da cidade, Detrac.
Segundo a ação, a operação de trânsito foi realizada no dia 21 de abril. Muitos dos veículos apreendidos pertenciam a mototaxistas. Entre as irregularidades identificadas estavam casos de motoristas sem habilitação, motos sem documentação ou veículos adulterados. De acordo com o MP-AM, após pressão do presidente do sindicato dos mototaxistas da cidade, Raimundo Rodrigues Praia, Adail ordenou que os dirigentes do Detrac liberassem os veículos, no mesmo dia.
Por conta da participação no episódio, os promotores pedem também a condenação por improbidade do dirigente sindical. Em depoimento ao MP-AM, o comandante do Detrac, Lins Arruda da Silva, e o subcomandante, Marcos D’Ávila Pereira, confirmaram ter recebido ordem direta do prefeito para liberar os veículos, sem qualquer regularização das infrações. Segundo eles, Adail alegou ameaça de protestos de mototaxistas na cidade.
“Note-se que, apesar da determinação legal, o Prefeito Municipal, Adail José Figueiredo Pinheiro, em um ato totalmente ilegal e autoritário, determinou/ordenou aos seus subordinados a liberação das motocicletas sem a aplicação de qualquer penalidade. Tal conduta indubitavelmente acarretou em um enriquecimento ilícito aos proprietários dos veículos apreendidos, uma vez que tiveram seus bens restituídos sem o pagamento dos valores legalmente previstos”, lê-se em um trecho da ação.
Os promotores também pedem a indisponibilidade dos bens do prefeito.