MANAUS – Quatro mulheres coordenarão os trabalhos da Justiça Eleitoral no Amazonas nas eleições municipais de 2020, ocupando os principais postos. Na sessão desta quarta-feira (4), o Pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) aprovou os nomes indicados pelo presidente da Corte, desembargador João Simões.
A juíza Margareth Rose Cruz Hoagen, da 1ª Zona Eleitoral, foi escolhida para presidir o pleito. Caberá a ela a responsabilidade pelo registro das candidaturas, o registro das pesquisas eleitorais (e os possíveis questionamentos quanto a elas), as investigações judiciais eleitorais na primeira instância e a diplomação dos eleitos.
As juízas Alessandra Cristina Raposo da Camara Gondim Martins de Matos (37ª Zona Eleitoral) e Sanã Nogueira Almendros de Oliveira (61ª Zona Eleitoral) ficarão encarregadas de fiscalizar a propaganda eleitoral na capital.
A titular da 40ª Zona Eleitoral, Naira Neila Batista de Oliveira Norte, foi escolhida para atuar no processamento e julgamento das prestações de contas de campanhas eleitorais.
Desproporção
No País, apesar de serem maioria entre a população (51,7%) e eleitores (52,5%), o número de mulheres candidatas fica próximo mínimo exigido pela legislação (em 2018 foram 32% do total, o mínimo é 30%) e são minoria absoluta entre os eleitos – nas eleições de 2018 só 290 foram eleitas no universo de 1.790 que conquistaram mandato eletivo, o que representa 16,2% do total.
Os números que escancaram a desproporção entre os sexos no âmbito da política são um bom indicador da problemática em todos os setores da sociedade, como no trabalho.
Nesse contexto, a decisão da Justiça Eleitoral no Amazonas tem um peso simbólico muito forte, porque mostra que a Corte não só cobra da classe política maior participação feminina como dá o exemplo, na prática, de que é possível haver mais equilíbrio de gênero, com maior de presença de mulheres em todas as funções, inclusive as de comando.
ParticipaMulher
No início deste mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a veicular a campanha “Mulheres na Política” em emissoras de TV e rádio de todo o país e nos perfis da Justiça Eleitoral nas redes sociais. A divulgação é parte das comemorações alusivas ao Dia da Mulher, celebrado em 8 de março.
As peças incentivam as mulheres a participarem da vida política e a se candidatarem a cargos públicos, com a ideia de que, quando uma mulher defende seus direitos, incentiva outras a defenderem também.
Comparativo
Um ranking de participação de mulheres no parlamento elaborado em 2017 pela ONU Mulheres, em parceria com a União Interparlamentar (UIP), colocou o Brasil na 154ª posição no que se refere à representação feminina. Foram analisados 174 países.
Entre 33 países latino-americanos e caribenhos, o Brasil ficou com a 32ª posição quanto à presença de mulheres nos parlamentos nacionais, estando à frente somente de Belize (3,1%). Na América Latina e no Caribe, a média do número de mulheres parlamentares nas câmaras de deputados ou câmaras únicas ficou em 28,8%.
Fotos: TJ-AM