MANAUS – O presidente da Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon), juiz Cássio Borges, divulgou uma nota nesta sexta-feira (1º) repudiando as manifestações em defesa de intervenção militar como solução para a crise de abastecimento e política do Brasil.
“A crise de abastecimento por que passa o país, associada a um momento de justificada descrença na classe política, não pode viabilizar pretensões autoritárias, de desrespeito à ordem democrática e complacente com a ruptura institucional”, sustenta o juiz em um trecho da nota. /L.P.
A íntegra da nota
A Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon) manifesta repúdio às manifestações e vozes daqueles que defendem movimentos em favor de intervenção militar, como se o necessário aperfeiçoamento de nossa democracia pudesse realizar-se por intermédio da supressão desta mesma democracia.
A crise de abastecimento por que passa o país, associada a um momento de justificada descrença na classe política, não pode viabilizar pretensões autoritárias, de desrespeito à ordem democrática e complacente com a ruptura institucional.
A exaltação de um passado autoritário merece firme reprovação, pois a mera cogitação de tão grande retrocesso agride as vítimas daquele período, bem como desconsidera toda luta pela redemocratização do país, trazendo a lembrança de uma época que não se deve pretender reviver.
As novas gerações de brasileiros, que não testemunharam aqueles tempos sombrios, que não se enganem: é apenas em um regime civil e democrático que podemos respirar e efetivamente evoluir.
Espera-se das lideranças do país toda serenidade, além de medidas efetivas para a superação da crise atual, sem que se recorram a expedientes que agridam o tão duramente conquistado Estado Democrático de Direito, tendo-se sempre presente o bem comum, independentemente de compromissos partidários, na plena defesa da Constituição Federal.
Manaus, 1° de junho de 2018
Juiz Cássio André Borges dos Santos
Presidente da Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon)