MANAUS – Fonte Boa, município amazonense onde a população esquartejou e queimou um preso acusado de estupro e homicídio de uma menina de 10 anos no último final de semana, tem um policial militar para cada 3,7 mil habitantes.
O efetivo da Polícia Militar na cidade, segundo dados do Portal Transparência do Governo do Amazonas, referente ao mês de dezembro de 2019, é de 12 policiais. Já a população do município, de acordo com projeção do IBGE para o ano de 2019, é de 45.564 habitantes.
Para fazer o linchamento, populares queimaram viaturas e retiraram o preso de dentro da delegacia. Após ser espancado e esquartejado, o homem teve partes do corpo queimadas em praça pública. A barbárie foi transmitida via rede social. Os policiais disseram que não puderam fazer nada.
Estima-se que a quantidade mínima ideal de policiais em atividade por habitante deve ser de 1 para cada 300 pessoas. O número é a média mundial, segundo projeto de lei (clique aqui) que tramitou na Câmara dos Deputados até o ano de 2018.
Sem ter ido à votação, a matéria foi arquivada.
Sem concurso
O baixo efetivo de policiais militares é um dos principais problemas do Governo do Amazonas na área da segurança.
A gestão de Wilson Lima (PSC) tem defendido que como recebeu os gastos com pessoal acima dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), está impedida de fazer concurso público.
O governo estima que os gastos com pessoal só voltarão à normalidade a partir do final de 2020.
Reforço
Após o esquartejamento, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) informou que enviou reforço policial para Fonte Boa, na manhã do dia 18/01.
De acordo com o delegado geral adjunto, Orlando Amaral, foram enviados policiais civis do Grupo de Força Especial de Resgate e Assalto (Fera), perito criminal. Além de reforços policiais militares dos municípios de Tefé, Coari e Manacapuru.
A SSP-AM informou também que policiais civis iniciaram as investigações para identificar quem foram os autores do homicídio do preso, Ronald Gomes Borges.