MANAUS – O ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou de definir nas próximas 72h uma solução para a decisão do Governo Bolsonaro de não prorrogar o incentivo dos créditos tributários concedidos à indústria de refrigerantes instaladas na Zona Franca de Manaus. A informação foi dada no início da noite desta segunda-feira, 13, pelo líder da bancada federal do Amazonas, senador Omar Aziz (PSD), em vídeo distribuído via WhatsApp.
“Eu acabo de ter uma conversa com o ministro Paulo Guedes. Conversamos demoradamente ao telefone, expliquei a angústia que um setor muito importante da nossa economia está passando nesse momento, que é o setor de concentrados, que gera empregos tanto na cidade de Manaus quando no interior do Amazonas, a importância de manter empresas como a Coca-Cola em Manaus e no Brasil. Ele, em 72 horas, ficou de nos dar uma posição”, diz Omar em trecho do vídeo.
A decisão de reduzir a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do setor de concentrado de refrigerantes da ZFM, segundo reportagem do site Valor Econômico, publicada no dia 9, tem as digitais do ministro da Economia, Paulo Guedes, já conhecido opositor do modelo econômico.
A medida prejudica as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), como Coca-Cola e Ambev. Se confirmado, esse plano de Guedes deixará o setor instalado no Amazonas inviabilizado.
“(A Paulo Guedes) lembrei a conversa que tivemos tempos atrás sobre essa questão do IPI, o reconhecimento desse crédito, e eu espero que nas próximas 72h possamos ter uma solução definitiva e acabar com essas insegurança jurídica que as empresas instaladas no Distrito Industrial passam hoje em relação ao não reconhecimento do crédito e também a redução ou aumento desse IPI, sem ter uma conversa técnica com as pessoas que convivem e trabalham estado do Amazonas. Eu espero que a gente possa sair vencedor nessa luta”, declara o senador em outro trecho.
Memória
Um decreto do governo de Michel Temer cortou de 20% para 4% o IPI os aos fabricantes e, em meio às negociações da reforma da Previdência, o presidente Bolsonaro elevou esses créditos a 10% até 31 de dezembro de 2019.
A fixação da alíquota é de responsabilidade do presidente da República, por meio de decreto. Essa não é a primeira vez que Guedes busca prejudicar a ZFM. Em 25 de março do ano passado, o ministro classificou o polo de concentrados de “xaropezinho”.
Três meses depois, em 20 de junho, foi divulgado que, sob a orientação de Guedes, Bolsonaro planejava zerar a alíquota do IPI do setor de concentrados da ZFM.