MANAUS – A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou nesta segunda-feira (9) que a primeira-dama de Manaus, Elizabeth Valeiko, tentou “burlar as regras de segurança” do Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM 1), e por isso foi impedida de visitar o filho Alejandro Valeiko, no domingo (8).
Alejandro é um dos indiciados pelo homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues. A Justiça decretou a prisão preventiva dele e de mais dois indiciados, enquanto o Ministério Público Estadual (MP-AM) decide se os denuncia ou não pelo crime. No sábado, 7, o filho de Elisabeth foi transferido para o CDPM 1.
Na tarde de domingo, um vídeo feito por familiares de outros custodiados, que mostra a chegada da primeira-dama ao CDPM 1, começou a circular na Internet.
Nas imagens, Elisabeth ingressa o pátio do presídio, em um veículo preto, acompanhada por homens que aparentam fazer sua segurança. Do lado de fora, mulheres começam reclamar da presença da mãe de Alejandro, dizendo que ela estaria desrespeitando as regras impostas aos demais visitantes.
Em nota, a Seap confirmou que o ingresso da primeira-dama ao local não estava autorizado. E que não privilegia visitantes.
“[…] a primeira-dama do município, Elisabeth Valeiko, foi impedida de entrar no Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM 1), neste domingo (08/12), ao tentar burlar a segurança da unidade para visitar o seu filho, Alejandro Molina Valeiko, que está custodiado desde sábado (07/12). A primeira-dama estava na companhia de uma advogada, em um carro modelo SW4, e escoltada por dois policiais militares, que estavam em um Corolla branco”, diz um trecho da nota.
A Seap informa ainda que comunicará à corregedoria a conduta dos policiais militares que faziam a segurança de Elisabeth e que entraram no pátio do presídio com ela sem autorização.
“Em relação aos policiais militares que faziam a escolta da primeira-dama, a Seap informa que comunicará o fato à corregedoria sistema para apurar suas condutas. A Seap reitera que não há privilégio no atendimento a visitantes do sistema prisional”, diz outro trecho da nota.
A Seap informou ainda que os alimentos que a mãe de Alejandro levava no carro – bolo e salgado – também não foram entregues ao custodiado, uma vez que desde julho está proibida a entrada de comida externa no centro de detenção.
Segundo a Seap, na nota, antes de irem ao presídio, os visitantes precisam fazer um cadastro na Internet. Depois, agendar a apresentação de documentos. Só após a análise dos documentos é que as visitas nos finais de semana passam a ser liberadas.
Outro lado
Também em nota, a defesa de Alejandro informou que Elisabeth não tentou “bular” as regras do presídio, como afirma a Seap.
Segundo os advogados, a primeira-dama foi ao local se informar sobre os procedimentos de visita, uma vez que até então não tinha estas informações.
Abaixo, a nota da Seap:
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informa que a primeira-dama do município, Elizabeth Valeiko, foi impedida de entrar no Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM 1), neste domingo (08/12), ao tentar burlar a segurança da unidade para visitar o seu filho, Alejandro Molina Valeiko, que está custodiado desde sábado (07/12).
A primeira-dama estava na companhia de uma advogada, em um carro modelo SW4, e escoltada por dois policiais militares, que estavam em um Corolla branco.
A Coordenação do Sistema Prisional (Cosipe) da Seap detectou a presença e proibiu a entrada no estabelecimento penitenciário, uma vez que a mesma não possui cadastro de visitante. Ela também levava um bolo e um salgado, os quais não puderam ser entregues ao filho pois a entrada de comida externa está proibida desde o mês de julho, em cumprimento à Portaria Interna n. 072/2019.
A Seap esclarece que os visitantes do sistema prisional devem realizar o cadastro por meio do aplicativo Visita Legal ou pelo site www.visitalegal.am.gov.br. Em seguida, os familiares devem agendar atendimento na Central de Atendimento às Famílias, localizada na rua Gabriel Salgado, s/n, Centro, para apresentação dos documentos (original e cópia) e aguardar a liberação da unidade para realizar a visita no fim de semana.
Em relação aos policiais militares que faziam a escolta da primeira-dama, a Seap informa que comunicará o fato à corregedoria do sistema para apurar suas condutas. A Seap reitera que não há privilégio no atendimento a visitantes do sistema prisional.
Abaixo, a nota da defesa de Alejandro:
Não procede a informação de que se houve tentativa de burlar o sistema de segurança para a visita de Alejandro Valeiko. A Sra. Elisabeth – na condição de mãe de Alejandro – foi ao local com o intuito de realizar seu cadastro para ter o direito de visitar o próprio filho, como qualquer uma de tantas mães que peregrinam pelo sistema prisional do Estado, sem o acesso correto e ágil às informações que asseguram o direito de visita aos seus filhos.
Somente então é que fora informada sobre o procedimento de cadastro. Qualquer alegação diferente é feita com mero objetivo de expôr uma mãe, em sua tentativa de acesso ao próprio filho, politizando indevidamente o caso (o que é lamentável).
Registramos ainda que a advogada presente realizou seu Direito ao parlatório, enquanto a Sra. Elizabeth aguardou do lado de fora.