MANAUS – O aumento em 36% do desmatamento no estado do Amazonas entre agosto de 2018 e julho deste ano, atingindo a marca de 1.421 km², é o reflexo de uma política antiambiental dos governos estadual e federal. A opinião é do deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado).
Dados divulgados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no dia 18 deste mês, mostram que, entre os 9 estados da Amazônia Legal, o Amazonas é o terceiro com maior área desmatada, perdendo apenas para o Mato Grosso (1.685 km²) e Pará (3.862 km²).
“Isso significa que estamos andando para trás. O ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, é o ministro antiambiental. Ele briga com a tecnologia, com a ciência, quer desconsiderar os dados, que são dados de satélite. Você tem que usar esses dados para combater as causas e não ficar desacreditando os dados, demitindo o diretor do Inpe como se ele fosse alguém irresponsável que produziu esses dados”, avaliou Serafim.
Segundo o líder do PSB na ALE-AM, o Brasil acaba pagando um preço elevado perante os demais países por conta do avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia.
“Isso afeta o turismo, afeta as nossas relações comerciais, afeta uma série de coisas. Isso derruba o nosso discurso de que a ZFM preserva a floresta em pé. Então, nós precisamos retomar medidas efetivas que estão sob a responsabilidade das prefeituras dos municípios do interior onde isso está ocorrendo”, disse o deputado.
Entre os municípios do Amazonas que mais desmataram, de acordo com Serafim, estão Boca do Acre, Manicoré, Apuí e Lábrea.
“Os prefeitos precisam agir para evitar esse avanço do desmatamento. O governo do estado também precisa agir e o governo federal precisa sair desse discurso de negar o óbvio, de negar aquilo que todo mundo sabe”, concluiu Serafim.