MANAUS – Advogada do empresário Mouhamad Moustafa, Simone Guerra, definiu como “descabida” a acusação de que seu cliente teve acesso às informações da operação Cashback, desdobramento da Maus Caminhos, em setembro de 2018.
Na manhã desta quarta-feira, 25, Mouhamad esteve na sede da Justiça Federal para prestar depoimento sobre essa acusação. Além dele, são réus nesse processo o advogado e ex-presidente da Cigás, Lino Chíxaro e o empresário e irmão do senador Omar Aziz (PSD), Murad Aziz.
“Totalmente descabida. Uma vez que ele está preso por uma ilação. Não há prova nenhuma de que o Mouhamad tenha tido contato com qualquer outro réu ou tenha sabido da operação Cashback. Isso não há provas nem pelas testemunhas de acusação”, disse a advogada durante entrevista à imprensa na entrega da Justiça Federal nesta quarta.
Para Simone, Mouhamad está “sofrendo um constrangimento ilegal” ao ser preso por essa acusação.
“E é isso que ele tenta provar. Se houve vazamento, o meu cliente não soube. Qual foi o vazamento? Cadê a prova de que houve vazamento? Até a operação foi cancelada e existe nos autos que a própria Polícia Federal havia cancelado a operação por falta de pessoal na ação. Como é que houve vazamento? Isso é um absurdo”, completou Guerra.
A advogada se queixou de que o nome de Mouhamad ficou atrelado a crimes e que por isso sempre acabam decretando a sua prisão. Segundo ela, sempre sem provas.
“Nós estamos entrando com um habeas corpus ao final da audiência, porque o Mouhamad não teve contato com o Gilberto. É prender por prender. Fala-se Mouhamad Moustafa, prende-se Mouhamad Moustafa sem qualquer prova”.
O caso
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Mouhamad, Murad, Lino e mais três pessoas por entender que eles embaraçaram as investigações da operação Maus Caminhos. A denúncia foi recebida pela Justiça Federal no início de agosto deste ano.
Segundo o MPF, Mouhamad Moustafa, Murad Aziz, Gilberto Aguiar, Lino Chíxaro, Marco Antônio Barbosa e Jader Helker Pinto tiveram acesso a informações sobre a deflagração da Operação Cashback, quarta fase da Maus Caminhos, antes do cumprimento das medidas.
Na ação penal, o MPF aponta que Gilberto Aguiar teve acesso às informações sobre a Operação Cashback, com deflagração prevista entre 24 e 28 de setembro de 2018, e alertou outros alvos sobre as medidas a serem cumpridas.