MANAUS – Preso na operação Eminência Parda, 6ª fase da Operação Maus Caminhos, o pecuarista José Lopes deixou o Centro de Detenção Provisória Masculino 2 (CDPM 2), na BR-174, na tarde desta quarta-feira (11). Lopes estava preso desde 30 julho.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Na segunda-feira (9), a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Mônica Sifuentes, decidiu acatar um pedido da defesa do pecuarista José Lopes para colocá-lo em liberdade.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), há indícios de que José Lopes cometeu crimes de lavagem de dinheiro e peculato.
Segundo a Polícia Federal, sem a comprovação de nenhum serviço prestado, José Lopes recebeu R$ 20 milhões, no período de dois anos, do médico e empresário Mouhamad Moustafa.
De acordo com o MPF, o médico é apontado como o principal operador da organização criminosa que comandava esquema de desvios de recursos públicos da saúde do Amazonas.
Na decisão, Mônica Sifuentes substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e comparecimento periódico à Justiça para informar e justificar atividades.
Investigação
As investigações apontam que José Lopes, atuante no ramo da pecuária, recebeu diversos repasses no valor de mais de R$ 1 milhão cada, durante quase dois anos, desviados do Instituto Novos Caminhos (INC).
Segundo o MPF, o dinheiro era entregue em espécie ao pecuarista por Mouhamad Moustafa, que seria o administrador de fato do INC.
As entregas ocorriam na casa do empresário, localizada no mesmo condomínio em que residia Mouhamad – Ephigênio Salles, em Manaus.
Os valores recebidos eram recolocados no sistema financeiro por meio das empresas do pecuarista, indicando a prática de lavagem de dinheiro, informou o MPF, em nota, no dia 30 de julho.