MANAUS – O desembargador da 2ª seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), Néviton Guedes, suspendeu, na quinta-feira (5), a investigação da operação Vertex, desdobramento da operação Maus Caminhos que investiga o ex-governador e senador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), sua esposa Nejmi Aziz (PSD) e seus irmãos Amin, Manssur e Murad Aziz.
No recurso, a defesa pediu anulação da operação, alegando “juízo incompetente”. Segundo eles, a operação Maus Caminhos começou a ser investigada sob a relatoria da juíza federal da 4ª Vara, Ana Paula Serizawa, e somente na 5ª fase, que prendeu Nejmi Aziz e os irmãos de Omar, passou para a relatoria do juiz federal da 2ª Vara, Marllon Sousa.
Na decisão, o juiz optou por suspender esta fase da investigação até que se esclareça qual juiz, de fato, deve ficar responsável pelo caso.
“Foi suscitado conflito de competência entre a 2ª e a 4ª Vara, que nós entendemos ser a competente nesse caso. O desembargador suspendeu a eficácia das decisões da 2ª Vara até que seja decidido o conflito pelo TRF”, explicou o advogado da família, Rodolfo Sant’Anna.
O juízo competente deverá ser definido, de acordo com Sant’Anna, pelo colegiado da 2ª seção do TRF1.
Questionado sobre a mudança de vara, na ocasião da deflagração da operação Vertex, em julho, o procurador Armando Castro afirmou que isso ocorreu porque a Justiça Federal no Amazonas passou a julgar casos sobre organização criminosa na 2ª Vara, e não mais na 4ª.
Nome da Operação
Segundo a Polícia Federal (PF), o nome da Operação policial é sinônimo da palavra vértice e significa o ponto mais alto, o ápice, correspondendo ao alcance da investigação. Faz referência, segundo à PF, “indícios robustos” da prática de crimes pelo governador à época da criação da organização criminosa formada em torno do Instituto Novos Caminhos.
Em entrevista ao ESTADO POLÍTICO, Omar Aziz negou todas as acusações, afirmando que tudo será esclarecido no decorrer das investigações.