O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que a reforma administrativa é prioridade na agenda da Casa nos próximos meses. Segundo ele, a máquina pública absorve muito do que arrecada e devolve pouco à sociedade.
Maia voltou a ressaltar que a redução da carga tributária só é possível se os gastos do Estado brasileiro diminuírem. O presidente concedeu coletiva nesta segunda-feira (2), após participar de evento no Rio de Janeiro.
“O Brasil custa, em mão de obra e previdenciária, 80% de tudo o que os brasileiros pagam para os três entes. O Chile custa 43%. Você vê que o Brasil é caro para o cidadão, o Brasil custa muito para o cidadão. Um Estado desigual como o nosso deveria arrecadar da sociedade que ganha mais e transferir para os que tem menos. O sistema está distorcido”, afirmou o presidente.
Maia também disse que a discussão sobre o fim da estabilidade para o servidor público precisa ser feita com os novos concursados. “Eu defendo que, para que a gente tenha uma reforma administrativa mais rápida e atinja nossos objetivos, a gente não olhe para trás, a gente deveria olhar para o futuro”, disse.
Reforma tributária
Rodrigo Maia espera obter consenso entre as diversas propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso, incluindo os textos do Senado e o que poderá ser encaminhado pelo governo.
Segundo Maia, é importante que seja construído um texto que represente os anseios da sociedade.
Governo Bolsonaro
Maia minimizou a pesquisa divulgada pelo Datafolha que mostra aumento na reprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Maia, a sociedade está muito polarizada e o próprio Bolsonaro trabalha com essa polarização.
“Nós vivemos uma crise social e econômica e uma polarização que vem das redes sociais, da qual o presidente faz parte delas. Quando ele trabalha a polarização, é natural que ele fique com um segmento da sociedade e não tenha o outro”, ponderou Maia.
Para o presidente da Câmara, o governo precisa pensar não apenas em pautas econômicas ou de costumes, mas que foquem no desempregado e nas necessidades do brasileiro.
“Agora, o resultado da economia prova que estamos muito distantes daquilo que se prometeu e do que a sociedade espera de qualquer governo”, disse.