MANAUS – Parlamentares da CMM (Câmara Municipal de Manaus) e da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado) repudiaram, na manhã desta quarta-feira (28), o caso de um professor que denunciou, segundo ele, ter sido agredido fisicamente por um tenente coronel dentro do Colégio Militar da Polícia Militar do Amazonas (CMPM 1), localizado no bairro Petrópolis.
O professor Anderson Pimenta Rodrigues denunciou ter sido agredido com um tapa no rosto, na terça-feira (27), pelo tenente coronel Augusto Cesar Paula de Andrade. O caso foi registrado no 3º DIP (Distrito Integrado de Polícia).
A presidente da Comissão de Educação da CMM (Câmara Municipal de Manaus), vereadora Professora Jacqueline (PHS), durante discurso na tribuna da Casa, classificou o episódio como “vil” e afirmou que o tenente coronel, enquanto gestor, tem a missão de agir no caminho da conciliação, e não da intimidação.
“O professor levou um tapa na cara de um tenente coronel dentro do Colégio Militar, e que pese que o professor tenha os seus problemas com a gestão, mas jamais o caminho é o espancamento. Não podemos silenciar diante desse tipo de tratamento dado ao professor, que é um tratamento vil. O professor foi ameaçado com uma arma, onde já se viu? Se a gente silenciar vamos estar dando carta branca para a violência. Se ele (tenente coronel) é gestor, ele tem que ser conciliador, e não agir para intimidar”, disse Jacqueline.
A presidente da Comissão de Educação da ALE-AM, deputada estadual Therezinha Ruiz (PSDB), durante discurso, afirmou que professores merecem respeito e que o caso precisa ser apurado com rigor pela Seduc.
“A Seduc tem que apurar essa questão. Não aceito de forma alguma que professores sejam maltratados dentro de escolas, escola é lugar de conversa, de educação”, afirmou a deputada.
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) alertou para a gravidade do caso denunciado pelo professor.
“Quero manifestar a minha solidariedade aos professores do estado do Amazonas, diante da agressão ocorrida por parte de um tenente coronel em relação a um professor do Colégio Militar da Polícia Militar do Amazonas, localizado no bairro Petrópolis. A classe dos professores não merece ser tratada dessa maneira. Isso pode, se não houver as providências devidas, gerar consequências muito ruins”, avaliou o deputado.
O caso
O professor Anderson Pimenta Rodrigues denunciou ter sido agredido, na manhã de terça-feira (27), pelo tenente coronel Augusto Cesar Paula de Andrade, dentro do CMPM 1 (Colégio Militar da Polícia Militar do Amazonas), localizado no bairro Petrópolis, em Manaus.
No Boletim de Ocorrência registrado no 3º DIP (Distrito Integrado de Polícia), o professor de Língua Portuguesa relata que estava na sala dos professores quando o tenente coronel entrou e mostrou um livro de advertências com três ocorrências envolvendo seu nome e em seguida passou a pedir que o assinasse.
Anderson se negou a assinar por, segundo ele, discordar do que estava descrito. Nesse momento, segundo o professor, o tenente coronel o comunicou que ele teria que se dirigir à Seduc, pois seria transferido da escola, e o obrigou a entrar em seu veículo.
Ao se recusar em obedecer as ordens do policial, o professor contou que levou um tapa no rosto. Segundo ele, após a agressão, outros dois policiais e professores chegaram para afastar o tenente coronel, que, “descontrolado”, sacou uma arma e começou a ameaçar de disparar contra o professor, caso ele não saísse da escola.
O professor passou por exame de corpo de delito.
A Seduc informou que está, juntamente com o Comando da Polícia Militar, apurando o ocorrido para tomar as devidas providências.
Abaixo, o boletim de ocorrência: