MANAUS – Em uma transmissão ao vivo na página do Governo do Amazonas no Facebook, o secretário Luiz Castro (Rede) confirmou, na manhã desta quarta-feira (28), sua saída da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Na transmissão, Luiz disse que sua biografia seguirá viva. “Minha biografia não vai morrer. Me dediquei à causa pública de boa fé. E tenho certeza que Deus está comigo e eu estou com Ele”, afirmou.
O agora ex-secretário também desejou ao governador Wilson Lima (PSC) uma melhor sorte que a dele. “Que ele possa também obter êxito no seu governo. Ele que também é alvo de muitas calúnias e de muitos ataques injustos e soezes”, disse Luiz.
Desde que assumiu o cargo de secretário de uma das pastas com maior orçamento (R$ 3 bilhões), Luiz se tornou alvo principal dos opositores do governo.
O último desgaste foi um relato do empresário Francisco Dantas, feito ao procurador de Contas junto ao Tribunal de Contas (TCE-AM), Carlos Alberto Almeida, de que paga mensalinho a pessoas (que ele não identifica) por conta de um contrato de mais de R$ 40 milhões com a Seduc.
O depoimento, que chama atenção pela informalidade entre interrogado e interrogador, foi gravado em vídeo por Carlos Alberto Almeida, que é pai do vice-governador, Carlos Alberto Almeida Filho.
Apesar do depoimento do empresário não citar e nem apontar de forma direta para alguma responsabilidade de Luiz, o secretário viu no ocorrido a hora certa de colocar um ponto final na sua participação no governo de Wilson e Carlos.
No dia 22, Carlos Alberto Almeida, o pai, apresentou representação contra Luiz ao TCE-AM por conta de depoimento de Dantas e de outras suspeitas de irregularidades no contrato. Na terça-feira (27), Carlos, o filho, recebeu o pedido de demissão do secretário.
Além de se defender das acusações, Luiz disse que fora do cargo poderá cuidar melhor da saúde. O político é cardíaco.
Cotado para disputar a Prefeitura de Manaus em 2020, principalmente pelo desempenho que teve nas eleições de 2018, Luiz vinha sendo aconselhado por aliados a deixar o cargo. Avaliam que a imagem do político vinha em um processo de desgaste crescente por sua participação no atual governo.