MANAUS – No depoimento que deu ao Ministério Público de Contas (MPC), o empresário Francisco Dantas fala que pressão política em contrato da empresa dele com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) partiria de dentro da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM).
Trechos do depoimento, em vídeo, foram divulgados na manhã desta terça-feira (27) pelo blog da jornalista Rosiene Carvalho.
No mesmo depoimento, Dantas diz que é obrigado a pagar valores a pessoas que ele não fala o nome.
Um dos casos seria R$ 20 mil por mês. Apesar de não falar em nomes, o empresário fala em “político” e “deputado” em diferentes momentos do vídeo.
Em um dos trechos, o empresário disse que, ao questionar a pressão para a empresa dele fazer o transporte de universitários, entre Iranduba e Manaus, ele foi advertido por um interlocutor: “Não, mas foi um acordo feito dentro da Assembleia, da Câmara dos Deputados, por fulano de tal e fulano de tal, com o deputado tal”, diz Dantas.
O contrato não prevê o transporte de universitários.
Representação
No dia 22, o procurador de contas do MPC, Carlos Alberto Almeida, com base nas informações do empresário e em outras denúncias apuradas pelo órgão, apresentou no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) uma representação contra a Seduc, na pessoa do secretário Luiz Castro e de outros dirigentes da pasta responsáveis pela área de transporte escolar.
O procurador quer que o TCE-AM apure as denúncias envolvendo o contrato da Dantas Transportes, que foi contratada sem licitação, no início do ano, para realizar o transporte escolar em mais de 20 municípios do Amazonas. Carlos Alberto Almeida é pai do vice-governador do Amazonas, Carlos Alberto Almeida Filho.
O relator do caso no TCE-AM é o conselheiro Josué Filho, pai do presidente da ALE-AM, Josué Neto.
A Dantas Transportes é contratada pelo Governo do Amazonas desde 2011.
O contrato deste ano soma mais de R$ 40 milhões.
Em nota, a Seduc informou que já apura internamente as denúncias divulgadas pelo MPC. E que é interessada em apurar os fatos e colaborará com o TCE-AM.
Sobre o contrato sem licitação, a Seduc informou que a contratação seguiu a lei.
No depoimento, Dantas fala que usam muito o nome do governador, Wilson Lima.
Veja o vídeo do depoimento aqui.
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