MANAUS – Ao discutir um projeto de lei sobre a prática de cremação de cadáveres em Manaus, o vereador Amauri Colares (PRB) disse ser favorável ao tema, mas sua “preocupação é que a manga mais doce é a manga de cemitério. Aí nós vamos ficar sem essa produção”.
Amauri está no 5º mandato de vereador em Manaus. Membro da bancada evangélica, é formado em Comunicação Social e Teologia. Na descrição do seu perfil, no site da Câmara Municipal de Manaus (CMM), ele se autointitula “cidadão de bem”.
O projeto 357/2017, que institui o prática de cremação de cadáveres e incineração de restos mortais no município de Manaus é de autoria do vereador Ewerton Wanderley.
O líder do prefeito Arthur Neto (PSDB) Marcel Alexandre (PHS) pediu vistas do projeto depois do vereador Elias Emanuel (PSDB) alertar o plenário de que já há lei com o mesmo objeto.
Ewerton não gostou da intervenção de Elias. E insinuou que a oposição à matéria atendia a interesses de empresários do ramo de venda de caixão.
“Fico feliz em saber que a lei já existe. Porém, Ewerton, vereador, que é médico, sabe da importância à saúde pública, está trazendo esse tema pra cá. Terceiro ponto: avisar a quem tem interesse de manter a venda de caixões, quero dizer que o último crematório que eu fui, o corpo queimado estava dentro de um caixão. Ou seja, quem tem interesse em continuar vendendo caixão, irá continuar vendendo caixões. Agora é lamentável ver parlamentares na defesa de uma lei, que já existe desde 2018, já estiveram ao lado do Executivo, e até hoje não fizeram andar essa lei”, disse Ewerton.
Elias respondeu. “A minha intenção foi tão somente contribuir. Fui secretário da assistência que cuida por exemplo do SOS Funeral (programa da Prefeitura de Manaus). Só quis dizer que a Câmara corre o risco de aprovar essa propositura e a PGM (Procuradoria Geral do Município) devolver dizendo que essa lei já existe. Apenas isso que quis dizer. Não tenho nada contra”, disse o vereador do PSDB.