MANAUS – O vereador de oposição da CMM (Câmara Municipal de Manaus), Chico Preto (sem partido), quer que o MP-AM (Ministério Público Estadual) investigue a atuação de servidores do Implurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) e da Seminf (Secretaria Municipal de Infraestrutura) na obra da parada de ônibus na orla da Ponta Negra, orçada em R$ 207 mil.
Para o vereador, se a Prefeitura de Manaus contratou uma empresa – a WM Construções e Serviços de Manutenção Eireli – para realizar o serviço, não se justifica o episódio onde o prefeito Arthur Neto (PSDB) cobrou, em frente às câmeras, do titular do Implurb, Cláudio Guenka, a conclusão da obra em 24h.
Na representação encaminhada ao MP-AM nesta sexta-feira (23), o parlamentar pede o cancelamento do pagamento do serviço até que a situação seja esclarecida.
“Se a construção é feita por uma empresa e a prefeitura está trabalhando na obra, deve haver compensação no preço final. Caso contrário seria pagar duas vezes pelo mesmo serviço. E se tal ocorreu, como parece ter ocorrido, caracteriza a inobservância das regras de gestão pública e da moralidade pública, sendo que tal sujeitará o gestor faltoso as consequências legais. Convém, portando, suspender cautelarmente tais pagamentos até que haja a devida explicação”, diz trecho da Representação.
O episódio
Reportagem do Jornal da Globo, da TV Globo, exibida no dia 19 deste mês, mostrou Arthur Neto dando uma bronca no titular do Implurb, Cláudio Guenka, durante uma entrevista.
O motivo: o atraso na entrega da obra da parada de ônibus na Ponta Negra. Com o microfone do repórter na mão, e ao ser informado que a obra só ficaria pronto no final da semana, o prefeito afirmou:
“Não dá para amanhã, não? Você tem 24 horas para terminar esse negócio. Bote para quebrar, peça ajuda da Seminf, peça ajuda de Nossa Senhora do Socorro, de quem você quiser, mas termine isso hoje”, disse Arthur.
Na matéria, o jornal questionou o contraste entre a obra erguida na Ponta Negra com as demais paradas de ônibus, ou ausência delas, em outros pontos de Manaus.
Ouvido pela reportagem, o prefeito Arthur Neto (PSDB) voltou a destacar a qualidade do material da obra, como porcelanato e aço escovado.
A obra, em razão do valor, é alvo de críticas da população e de opositores de Arthur Neto. O valor empregado – R$ 207 mil – é quase cinco vezes superior ao de uma parada comum, orçada em R$ 44 mil.
Para Arthur, essa não é “uma parada normal”, e sim um “terminal de embarque e desembarque de passageiros”.
Apesar da rejeição do tucano ao termo, o contrato da obra publicado no Diário Oficial do Município classifica-a como “parada de ônibus”.
Na entrevista desta segunda, Arthur disse que usar o termo no contrato foi uma “vacilada” do Implurb.
“Por desconhecimento político trataram como parada”, diz Arthur em trecho da entrevista.
Arthur inaugurou a obra nesta terça-feira, 20.