MANAUS – Reagindo às críticas sobre a construção de uma parada de ônibus na orla da Ponta Negra por R$ 207 mil, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), fez ataques em série ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
“É uma coisa inacreditável: o nosso querido governador não faz uma licitação, não faz uma obra, é só negócio de alimento, mas sempre parte da premissa que não tem ninguém que possa concorrer, então está aí, está se “encralacando”, e é problema dele, não meu. Vai ver as coisas partem dali, eu estava dizendo que cachorro tem ciúme, o ser humano tem inveja”, disse Arthur durante coletiva no início da tarde desta quinta-feira, 15.
O prefeito convocou coletiva em frente da obra da parada de ônibus na Ponta Negra. Arthur afirmou que deve causar inveja ao poder executivo estadual, pois segundo ele, Manaus é uma das cidades financeiramente mais sólidas do país.
“Mas eu compreendo, deve doer saber que os bancos brigam para dar dinheiro para Manaus, e que Manaus tem dinheiro próprio para fazer as suas obras, se eu fosse ele teria inveja de mim também, mas não ligo para essas pessoas”, declarou o prefeito.
Na ocasião, Arthur relembrou que governo deve ao município de Manaus R$ 800 milhões de repasses do FTI (Fundo de Fomento, Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas).
“Se houvesse um governo de verdade, que tivesse amor pela cidade de Manaus e organizasse as suas finanças, poderia ajudar a fazer muita coisa, começando pelo pagamento da dívida de mais de R$ 800 milhões que deve para Manaus, porque usam indevidamente o FTI. Quando acontece uma besteirinha eu estou aqui, quando aconteceu uma passeata de professores ele pega o avião e vai embora. Pega avião às custas da gente e vai embora. O que é isso? O povo não nasceu para ser enfrentado, o povo nasceu para ser dialogado, amado”, disse o prefeito de Manaus.
Segundo Arthur, o governo Wilson Lima, passado o primeiro semestre, não pode mais usar a administração passada – de Amazonino Mendes (PDT) – como “desculpa para não fazer nada”.
“A crise está aí por causa do antecessor dele e por causa dele. Votaram no novo, mas se eu soubesse disso teria lançado minha netinha junto, de 9 anos, que ela era mais do que ele. E que poderia fazer as mesmas besteiras dele, mas sem desonestidade. Esse negócio de novo foi pouco e acabou, porque valorize a experiência, o novo vive na toca, o velho está aqui trabalhando e fiscalizando obras e dando satisfação para o seu povo”, concluiu Arthur.
Na coletiva, Arthur defendeu que a construção da parada de ônibus vale os R$ 207 mil para o qual foi orçada, por se tratar de uma “estação de embarque e desembarque de passageiros”, e não uma parada comum, que segundo ele, custa R$ 44 mil.