MANAUS – Em audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (9), o juiz titular da Comarca de Iranduba, Tulio de Oliveira Dorinho, manteve a prisão preventiva dos vereadores Kelison Dieb (MDB) e Jackson Pinheiro (PMN).
Os dois vereadores da Câmara Municipal de Iranduba foram presos nesta quinta-feira (8), durante a operação Avaritia, do MP-AM (Ministério Público Estadual), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Segundo o MP-AM, desde o início dos mandatos como vereadores, Kelison e Jakson cobravam propina para aprovar projetos de lei. Por mês, de acordo com promotor de Justiça, Cláudio Tanajura, responsável pela operação, os vereadores conseguiam lucrar de R$ 50 a R$ 80 mil, cada.
Durante as prisões, Kelison foi flagrado com arma de fogo de fabricação caseira e Jakson tentou, segundo o MP-AM, destruir provas, ao jogar o celular pessoal no vaso sanitário.
Após a audiência, os vereadores foram encaminhados para o Centro de Triagem da Seap e, de acordo com a assessoria do MP-AM, devem ser encaminhados ao CDPM 2 (Centro de Detenção Provisória Masculino), localizado na BR-174.
O caso começou a ser investigado em dezembro de 2018, a partir de denúncias da população.
O caso
De acordo com o promotor de Justiça, Cláudio Tanajura, Kelison e Jakson cobravam de R$ 2 mil a R$ 5 mil para votar favorável aos projetos que, segundo o MP-AM, eram de interesse de pessoas simples da sociedade de Iranduba.
“Se pagavam valores de R$ 2 a R$ 5 mil conforme eram órgãos públicos ou pessoas da população. Projetos de qualquer natureza precisavam ser pagos, eles não discriminavam, não pensavam no interesse da sociedade, o que eles buscavam era: “Há pagamento de propina? Vamos aprovar”. Essa era a regra da Câmara Municipal de Iranduba. Embora o valor não pareça alto, esses valores eram exigidos de pessoas simples, de pessoas do povo, de órgãos públicos que não tinham capacidade de pagamento”, disse o promotor.
Existem outras “laranjas podres”, diz promotor
Conforme o promotor de Justiça, Cláudio Tanajura, há mais vereadores envolvidos no esquema. “Não somente eles são as laranjas podres. Há diversos outros vereadores envolvidos, porém, o objetivo do MP-AM não é buscar antecipação de pena. A prisão tem um objetivo próprio, que é evitar a contaminação de outras provas. Esses dois vereadores eles iriam criar obstáculos para o prosseguimento das investigações”, declarou o promotor em entrevista na quinta-feira.
Ainda não foi dessa vez, segundo o promotor Cláudio Tanajura, que a corrupção foi “extirpada” do poder legislativo de Iranduba.