MANAUS – O médico e empresário Mouhamad Moustafa repassou ao pecuarista José Lopes, no período de dois anos, mais de R$ 20 milhões em espécie. A informação foi divulgada pela Polícia Federal na tarde desta terça-feira, durante coletiva sobre a operação “Eminência Parda”, que prendeu o pecuarista e mais duas pessoas.
“O médico que administrava o INC entregava em espécie grandes quantias em dinheiro. Isso chamou muita atenção. Ou seja, ele entregava com uma periodicidade quase mensal R$ 1.040.000,00 milhão, um valor que a gente conseguiu identificar com uma certa precisão. Essa entrega foi feita por um período de quase dois anos, atingindo cifras superiores a R$ 20 milhões”, disse o delegado da PF, Alexandre Teixeira, responsável pela Maus Caminhos.
Para a PF, o valor em lavagem de dinheiro desviados deveriam ser investidos na saúde da população do estado.
Nesse esquema de lavagem, segundo o delegado, foi detectado que o pecuarista teria “uma empresa que foi inserida como prestadora de serviço ao INC, que também recebia por esses serviços prestados”.
A empresa, de acordo com o delegado, é a G. H. Macário Bento, que pertence ao empresário Gustavo Macário Bento, que é cunhado de José Lopes e também foi preso na manhã desta terça.
“No entanto, a CGU identificou elementos de que estava havendo pagamento por serviços não prestados ou serviços com valores superfaturados. Então a investigação ficou focada nesses dois objetos – tanto o peculato como a lavagem de dinheiro – que ficou caracterizada por essa entrega periódica”, disse Alexandre.
Presos
Além de José Lopes e Gustavo Macário, a PF também prendeu Edite Hosoda.
José Lopes foi preso em Boca do Acre, e segundo o delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Max Ribeiro, foi levado para a capital do Acre, Rio Branco. Em seguida, segundo o delegado, o pecuarista será encaminhado para Manaus.
O delegado descartou que José Lopes chegue ainda hoje a Manaus.
Nome da Operação
Eminência parda é uma expressão utilizada para designar aquele que atua de forma oculta, “nos bastidores”, mas que detém grande poder.