MANAUS – O desembargador Abraham Peixoto Campos Filho negou o pedido da direção nacional do PSC para participar do processo em que o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) julga se o governador Wilson Lima (PSC) comprou votos nas eleições de 2018.
Abraham é o relator do caso e justificou, em despacho divulgado nesta quarta-feira (24), que a negativa se deve ao fato de que a sigla não é parte nos autos.
“Cuidam-se de petições da direção nacional do PARTIDO SOCIAL CRISTÃO – PSC (ID 2475456), da representante COLIGAÇÃO EU VOTO NO AMAZONAS (ID 2490906) e da Dra. ROSA OLIVEIRA DE PONTES BRAGA (ID 2505156). A direção nacional do PSC junta procuração outorgada ao Dr. Robério dos Santos Pereira Braga e à Dra. Rosa Oliveira de Pontes Braga. Ocorre que aquele órgão partidário não é parte nos autos, razão pela qual a petição deve ser devolvida ao partido, conforme decidiu recentemente esta Corte (Rp 2369-68, rel. Desembargador Victor André Liuzzi Gomes, j. em 12.7.2019)”, escreveu o relator.
O pedido
No dia início de julho, o presidente nacional do PSC, Everaldo Pereira, contratou o ex-secretário de Cultura do Amazonas, Robério Braga, para defender os interesses do partido no processo.
A procuração para o escritório de advocacia de Robério representar o PSC no processo foi juntada aos autos no dia 9.
O ato também se estendi à esposa do ex-secretário, Rosa Oliveira de Pontes Braga, sócia do marido no escritório “Braga & Pontes Advocacia e Consultoria”.
O processo
O processo contra Wilson e o vice-governador, Carlos Almeida Filho (PRTB), iniciou com a prisão do ex-prefeito de Nhamundá, Mário Paulain.
Paulain foi preso no primeiro turno, em um quarto de hotel do município, portando dinheiro em espécie e material de campanha de candidatos, entre eles Wilson Lima.
A representação contra Wilson e Carlos foi movida pela coligação “Eu voto no Amazonas”, do ex-governador Amazonino Mendes (PDT), que não se reelegeu.
Desde então, o caso segue em análise no TRE-AM. Nesta quarta, o relator informou, no mesmo despacho, que a Polícia Federal concluiu perícia no celular de Paulain.
Aliado de Amazonino
Robério, que tenta defender os interesses do partido de Wilson no processo, foi secretário de Cultura por 20 anos. Seu ingresso na pasta se deu pelas mãos de Amazonino.
Na eleição suplementar de 2017, após a cassação de José Melo, Robério chegou a se licenciar do cargo para trabalhar na campanha de Amazonino.
Eleito, o ex-governador não manteve Robério na secretaria.