MANAUS – Desde que ajudou a desarticular organização criminosa que desviava recursos públicos oriundos, entre outros, da Educação e da Saúde em Tapauá, o vereador Davi Menezes conta que perdeu sua liberdade.
Sob ameaças, ele só anda em locais públicos usando colete à prova de balas e com escolta de dois policiais militares. Com a decisão da Justiça em devolver o mandato de vereadores envolvidos no caso, o parlamentar se prepara para, nesta quinta-feira (10), no plenário da Câmara, ficar frente a frente com aqueles que ele delatou.
No vídeo, Davi conta como tem sido sua rotina e fala da expectativa de reencontrar os vereadores que ele denunciou.
Em novembro de 2017, o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Civil, com o apoio da Força Aérea Brasileira, realizam a Operação Tapauara, que visava desarticular organização criminosa que desviava recursos públicos em Tapauá.
O trabalho teve por base investigação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) – por meio do Gaeco – que verificou a ocorrência de crimes em licitações, peculato, corrupção e lavagem de capitais, praticados por agentes públicos do Poder Executivo, membros da Câmara de Vereadores tapauense e particulares.
Segundo o MP-AM, o prefeito da cidade, José Bezerra Guedes (MDB), conhecido como Zezito, e mais 12 vereadores estavam envolvidos. Na ocasião, o prefeito e mais três vereadores foram presos. Os que não foram presos foram afastados dos cargos.
O único vereador que sobrou na Câmara foi David. /L.P.