MANAUS – A Polícia Federal no Amazonas realizou nesta quarta-feira (10) diligências em Manaus e em Manacapuru para cumprimento de mandados de busca e apreensão.
A informação é de que a ação tem relação com a operação Arquimedes. A investigação está relacionada a um esquema criminoso que possibilitou a prática de diversos atos de corrupção, fraudes e irregularidades ambientais na Amazônia.
As investigações realizadas em conjunto com a Polícia Federal (PF) indicaram a existência de verdadeiro balcão de negócios criminosos em torno da concessão e fiscalização de planos de manejo florestal no estado, com a participação de servidores públicos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), madeireiros, empresários e engenheiros florestais, entre outros.
Segundo a assessoria da PF, foram cumpridos nesta quarta dois mandados de busca e apreensão em Manaus e dois em Manacapuru.
O site Amazonas Atual informa em sua manchete que um dos alvos é o ex-deputado estadual Orlando Cidade.
Por telefone, a assessoria da PF disse que não passa informações sobre investigação em curso.
Mas informou que será divulgada uma nota sobre as diligências desta quarta.
O ESTADO POLÍTICO ligou para telefones de Orlando Cidade, mas as chamadas deram na caixa postal.
O caso
A Operação Arquimedes foi iniciada a partir de alerta emitido pela Receita Federal e pelo Ibama, em 2017, ao verificar aumento incomum do trânsito de madeira pelo Porto Chibatão. A administração do porto informou que a única fiscalização que estava sendo realizada nos contêineres que ali transitavam era a análise de notas fiscais, embora houvesse ciência de que carregamentos de madeira devem estar sempre acompanhados do Documento de Origem Florestal (DOF), a ser mantido e averiguado por todos aqueles que transportam, guardam ou servem como depositários de cargas de madeira.
Nas duas fases já realizadas até o momento, a operação resultou na apreensão de milhares de metros cúbicos de madeira ilegal de mais de 60 empresas em portos de Manaus e no cumprimento de mandados de prisão temporária e preventiva de dezenas de pessoas. Em maio deste ano, o MPF ajuizou a primeira ação civil pública decorrente do caso, contra a empresa de exploração e comércio de madeira Amata e seus sócios-administradores, pela prática de graves danos ambientais à floresta amazônica brasileira.