Agência Câmara|
A Comissão Especial da Reforma da Previdência tem reunião marcada para esta tarde para tentar votar o parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). O presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que quer pelo menos analisar requerimentos para retirada de pauta e de adiamento da votação.
“Há um País lá fora esperando uma decisão. Não sei se ela vai ser pela aprovação ou pela rejeição, o que o País não pode viver é essa incerteza”, afirmou. “Se aprovar, sabemos ou podemos imaginar o que vai acontecer com a economia; se rejeitar, precisamos começar a construir caminhos.”
Ontem, Samuel Moreira fez ajustes no parecer apresentado em junho, mas sem alterações significativas do conteúdo. Em entrevista à noite, após ler uma complementação de voto, ele defendeu o parecer. “Estamos no momento de uma reforma que não é para dar benefício, é uma reforma para ajustar a Previdência”, disse. “Acho que está de bom tamanho.”
O líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), criticou a proposta. “Os partidos de centro não estão satisfeitos e vão apoiar o adiamento da votação. Se o presidente da República está ligando para o relator e pedindo alterações, significa que não atende a ninguém”, afirmou. Parlamentares contrários ao texto tentam atrasar os trabalhos da comissão especial.
Durante cerimônia para a troca do Comando Militar do Sudeste, nesta manhã, o presidente fez referência à reforma, dirigindo-se aos agentes de segurança pública, que reivindicam mudanças. “Fiquem tranquilos, meus colegas das forças auxiliares, o sacrifício tem que ser dividido para todos, para que possamos colher os frutos lá na frente”, disse.
O objetivo da reforma, segundo o governo, é conter o déficit previdenciário – diferença entre o que é arrecado pelo sistema e o montante usado para pagar benefícios. Em 2018, o déficit previdenciário total da União – setores privado e público mais militares – foi de R$ 264,4 bilhões.
A expectativa do governo com a reforma da Previdência era economizar R$ 1,236 trilhão em dez anos, considerando apenas as mudanças para trabalhadores do setor privado e para servidores da União. Com o texto do relator, a economia poderá ser de R$ 1,071 trilhão no mesmo período.