MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), quer que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, autorize a permanência da Força Nacional nos presídios do Amazonas pelo prazo de um ano.
O pedido foi encaminhado na manhã desta terça-feira (28), via ofício. O governador do Amazonas pede ainda que o prazo de permanência dos homens da Força Nacional no estado comece a contar a partir de 10 de junho.
A equipe atuará no reforço da segurança externa das muralhas das unidades prisionais. No mesmo documento, o governador pediu a disponibilização de Força Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), que apoiará as ações desenvolvidas junto ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), ajudando a manter a estabilidade do Sistema.
Pedido atendido
Os pedidos foram atendidos pelo ministro, que manifestou apoio às ações, na tarde de hoje, através de uma rede social.
“O emprego da Força Nacional representa importante trabalho de segurança nos perímetros externos dos estabelecimentos penais”, destacou Wilson, que, na manhã desta terça-feira (28), reuniu com os representantes da Força de Segurança do Estado para tratar da questão, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
Visita ao Compaj
Após essa reunião, o governador foi até o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na BR-174. Lá, vistoriou a obra de ampliação da entrada do ramal, além de visitar o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) 2 e Instituto Prisional Antônio Trindade (Ipat).
Chacina
Nos últimos dois dias (26 e 27 de maio), as unidades prisionais do Estado contabilizaram 55 mortes, durante disputas protagonizadas por membros de uma facção criminosa que briga pelo controle do tráfico de drogas no Estado.
O primeiro episódio, que teve início no último domingo, resultou em 15 mortes no Compaj, situado na BR-174 (AM-RR), logo após uma briga no horário de visitas.
Na última segunda-feira (27), outras 40 mortes foram registradas em várias unidades prisionais do Amazonas. Uma ação coordenada pelo Governo do Estado, através das Secretarias de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) e de Administração Penitenciária (Seap), evitou que novas mortes ocorressem na segunda-feira.
Informações do Departamento de Inteligência do Sistema Penitenciário do Amazonas (DIPEM) apontam que o ato de indisciplina que resultou nas mortes foi ordenado por lideranças da facção Família do Norte (FDN), que estão presas no Amazonas e também em presídios federais, “motivadas pela disputa interna por poder e como forma de afirmação perante a massa carcerária”. A informação consta em relatórios oficiais do Departamento.