MANAUS – Um dos alvos da operação Arquimedes foi o ex-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Antônio Ademir Stroski.
A informação foi confirmada pelo procurador da República Leonardo Galiano, que conduz a investigação no âmbito do Ministério Público Federal (MPF).
“Essas razões estão devidamente elencadas na manifestação encaminhada à Justiça e podem ser aferidas a partir disso. O deferimento ou indeferimento do pedido de prisão não implica em qualquer tipo de presunção de culpa, seja em relação aos presos, que pode se constatar a inocência ou a ausência de envolvimento doloso na organização criminosa e nos inúmeros ilícitos descritos. Alguns alvos possuem cerca de 40 fatos autônomos, então são 40 ações penais em potencial, além de outras que podem vir a surgir, e ainda delações premiadas que possam ser formalizadas junto ao MPF em conjunto com a Polícia Federal”, disse o procurador da República, durante coletiva à imprensa na manhã desta sexta-feira (3).
Na deflagração da operação, no dia 25 de abril, o MPF chegou a pedir a prisão temporária de Stroski, que foi negada pela Justiça.
Segundo Galiano, Stroski, que também foi secretário estadual de Meio Ambiente, segue sendo investigado.
O nome do ex-presidente do Ipaam na gestão de José Melo foi divulgado nesta sexta-feira (3), durante coletiva do MPF e Polícia Federal (PF).
Na coletiva, o MPF apresentou a primeira ação resultante da investigação e fez um balanço da operação do dia 25 de abril.
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal, com apoio do MPF, e teve o objetivo de desarticular esquema de corrupção responsável por extração ilegal de madeira na floresta amazônica.
A operação investiga a corrupção entre servidores do Ipaam, engenheiros ambientais, detentores de planos de manejo e proprietários de empresas madeireiras.
A PF atua em duas principais frentes de investigação criminal por meio de dois Inquéritos Policiais: a primeira, sobre a extração, exploração e comércio ilegais de madeira, e, a segunda, sobre a corrupção entre servidores de órgão ambiental estadual, engenheiros ambientais, detentores de planos de manejo e proprietários de empresas madeireiras.
Foram expedidos 23 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária, 109 mandados de busca e apreensão cumpridos nos estados do AC, AM, MG, MT, PR, RO, RR, SP e no Distrito Federal, além da autorização de bloqueio de R$50 milhões nos CNPJ´s das empresas investigadas e outras 18 medidas cautelares.
Os investigados responderão, dentro das suas condutas, pelos crimes de falsidade ideológica no sistema DOF, falsidade documental nos processos de concessão e fiscalização de PMFS (Plano de Manejo Florestal Sustentável), extração e comércio ilegal de madeira, lavagem de bens, direitos e valores, corrupção ativa e passiva e de constituição de organização criminosa.